Topo

Fórmula 1

Maturidade de Rosberg rende elogios de dirigentes após o GP do Canadá

Livio Oricchio

Do UOL, em Montreal (Canadá)

09/06/2014 06h00

O segundo lugar de Nico Rosberg, da Mercedes, hoje no GP do Canadá, está fazendo muita gente importante da competição rever sua visão sobre o piloto. Até antes de o campeonato começar, na pré-temporada, a impressão geral na F1 era de que Lewis Hamilton, com um carro tão superior como o da Mercedes, ira se impor na disputa entre ambos e conquistaria seu segundo título. 

A corrida deste domingo provou, no entanto, agora de forma definitiva, que Rosberg cresceu tanto, em todos os parâmetros, que não é por acaso que lidera o Mundial, com 140 pontos, seguido por 118 de Hamilton. Os problemas de Hamilton na Austrália, fio de vela, e hoje, freio, têm grande importância nessa pontuação, mas não reduz os méritos do filho de Keke Rosberg, campeão do mundo de 1982, pela Williams.
 
Nico Rosberg chegou no pódio nas seis etapas já realizadas. Ao lado do vencedor da prova no Circuito Gilles Villeneuve, hoje, o cada vez melhor também Daniel Ricciardo, da Red Bull, a revelação da temporada, forma a dupla de melhor desempenho até agora este ano. Os elogios a Rosberg, depois da corrida, vieram de todo lado.
 
"Nico pilotou um carro com uma série de problemas. A grande maioria dos pilotos ou não terminaria a corrida ou perderia várias colocações, mas ele foi para o pódio. O que fez hoje foi absolutamente notável", disse Niki Lauda, diretor e sócio da equipe Mercedes. "Nico me impressionou hoje."
 
Na 37.ª volta de um total de 70, tanto Rosberg, líder, quanto Hamilton, segundo, separados por um segundo e oito décimos, sinalizaram à equipe, por rádio, perda de potência. "Perdi o sistema de recuperação de energia cinética (MGU-K) e, para complicar, meu segundo pit stop (44.ª volta) não foi bom, o que permitiu a Lewis (fez sua parada na volta seguinte), assumir o primeiro lugar", disse.
 
Como consequência da perda do MGU-K, os freios traseiros foram sobrecarregados. "Eles esquentavam demais. Isso me obrigou a transferir a carga de frenagem para as rodas dianteiras, o que faz o carro se tornar muito instável", explicou Rosberg. Com todos esses problemas, foi possível para o alemão manter atrás de si Sergio Perez, da Force India, autor de bela prova, com um pit stop apenas, diante de dois da maioria.
 
"Eu tinha de fazer de cada volta como se fosse a decisiva numa sessão de classificação, buscar o limite do carro em todas elas. Mas não deu para segurar o ataque de Daniel, ele era bem mais rápido nas retas por conta do meu problema no MGU-K." O australiano o ultrapassou restando três voltas para a bandeirada e tornou-se líder.
 
Nico contou como se sentiu naquele momento: "Eu não sabia àquela altura exatamente a minha posição. Na realidade estava me sentindo feliz por conta de ter estar mantendo tantos carros atrás de mim apesar de todos os meus problemas". Ricciardo o ultrapassou, mas o alemão perdeu o contato com a corrida, estava preocupado apenas em fazer o carro manter-se minimamente veloz. "Eu achei que minha colocação, no final, era bem pior. Quando me disseram no rádio que fora segundo, comemorei."
 
O diretor técnico da Mercedes, Paddy Lowe, disse aos jornalistas: "Não sei como Nico foi capaz de se manter na frente de tantos pilotos depois da volta 37, com aquelas dificuldades, falta de potência, freios atuando bem mais nas rodas dianteiras, que trabalho." O diretor e sócio da Mercedes, Toto Wolff, o elogiou também: "Grande sinal de maturidade, ele não erra, impressionante, mesmo com um carro muito difícil de guiar como ficou o seu hoje".
 
Depois de sete etapas Rosberg abriu 22 pontos de vantagem para Hamilton, na pista onde o inglês mais costuma expor seu imenso talento. Hamilton havia vencido três vezes o GP do Canadá, Rosberg, nenhuma. Para o companheiro de Mercedes recuperar essa diferença terá de contar com algum abandono de Rosberg, pois em condições normais não será fácil.
 
O próximo GP é o da Áustria, dia 22, no circuito Red Bull Ring, de propriedade do austríaco Dietrich Mateschitz, dono das equipes Red Bull e Toro Rosso.
 

Fórmula 1