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Fórmula 1

Hamilton faz dura reclamação. Mas apenas da qualidade do troféu

Livio Oricchio

Do UOL, em Silverstone (ING)

06/07/2014 13h08

Lewis Hamilton, da Mercedes, empolgado pela bela vitória na corrida de casa, em Silverstone, diante de sua enorme torcida, não mediu as palavras depois do pódio para falar do troféu que recebeu das mãos de John Surtees, piloto inglês também, de 80 anos, campeão do mundo de 1964, com Ferrari.

O banco Santander foi o principal patrocinador do GP da Grã-Bretanha, dando-lhe até o nome Santander British GP.  E o troféu confeccionado lembrava a marca da empresa, cuja cor é a vermelha. Já no pódio o campeão do mundo de 2008, Hamilton, olhou com desdém para o troféu.

Na sala de entrevista não se policiou, como todos fazem com tudo na F1, e afirmou: "É um troféu de plástico, está se desfazendo, a parte de baixo se soltou, deve ter custado 10 libras (R$ 40 reais). Vou guardar apenas a placa que havia nele, a única coisa que tem valor".

Para completar o seu protesto contra o troféu recebido no pódio, Hamilton fez questão de manter sobre a mesa, na sala de entrevista, o troféu dourado que o British Racing Drivers Clube, o clube dos pilotos britânicos, proprietário do Circuito de Silverstone, lhe ofereceu.

"Quero ele aqui. Este, sim, é um troféu. Quando eu comecei no automobilismo, os troféus que os pilotos recebiam eram parecidos com este, com cara de troféu", afirmou, rindo.

Os operadores de câmera de TV tiveram de pedir para um auxiliar posicionar o troféu, com dimensões generosas, de forma a não atrapalhar as imagens de TV, ou seja, permitir que Hamilton aparecesse e não ficasse encoberto. O piloto inglês ajudou na organização.

Talvez preocupado, depois de criticar o troféu "de plástico", Hamilton falou aos jornalistas, sem desejar ser sério pela forma como ria. "Olha, isso tudo é em off, combinado?", ou fora dos microfones.

Mas havia emissoras ao vivo, já, transmitindo o som da entrevista. E como lhe lembraram, depois, e sorriu: "Palavras são palavras e uma vez ditas não se pode recolocá-las na boca novamente". Com certeza vão chamar a atenção de Hamilton, pois é proibido ser espontâneo e dizer a verdade na F1.

A Williams tem uma coleção bastante rica de troféus, em Grove, sua sede, cerca de 80 quilômetros distante de Silverstone. Neste domingo vai inserir mais um lá, o do brilhante segundo lugar de Valtteri Bottas.

Talvez seja classificado no grupo que a Williams recebeu no GP do Brasil ao longo dos tempos. Por anos foram de plástico e na última visita do UOL - Esporte em Grove estavam se despedaçando, como os que foram oferecidos a Hamilton e a Mercedes no GP da Grã-Bretanha. É um mito a história de que os troféus da milionária F1 são obras de arte de elevado valor. Existem, mas a maioria não é.

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