Massa critica a humilhação pública do comando da seleção brasileira
Felipe Massa dedicou à Copa do Mundo um capítulo à parte nesta quinta-feira, no circuito de Hockenheim, onde amanhã, às 5 horas, horário de Brasília, começam os treinos do GP da Alemanha, décima etapa do campeonato. O piloto da Williams disse ter sentido bastante as duas derrotas na fase final, contra Alemanha e Holanda, mas criticou o que vem acontecendo no Brasil.
"Nenhum país cujo time chegou à semifinal destruiu o futebol, destruiu tudo, como a gente. Isso mostra que nosso jeito de trabalhar, nossa educação não é certa, é errada, a gente tem de melhorar nossa educação antes de querer fazer as coisas sempre perfeitas", disse.
A execração pública do ex-treinador Luiz Felipe Scolari foi condenada por Massa. "Fico triste como a imprensa detonou o Brasil. Antes de começar a Copa todo mundo dizia que o técnico era incrível, que o Parreira era incrível, a equipe equilibrada, era equipe para vencer o campeonato", lembrou. "Agora o técnico é um bandido porque perdeu os dois últimos jogos. Além de trabalhar para melhorar o futebol, temos de melhorar nossa cultura também."
O UOL Esporte lhe perguntou se manteria Scolari no comando da seleção. "Não, de jeito nenhum, mas não o destruiria do jeito que está acontecendo hoje. Sem dúvida o que o Scolari fez nos dois últimos jogos não foi correto, mas depois que perde é fácil criticar, falar, agora fazer as coisas certas... Tem país que nem chegou a se classificar para a Copa e não aconteceu lá o que estamos vendo no Brasil hoje."
O discurso se transferiu do futebol para o automobilismo, como atividade esportiva também mal gerenciada. Desde que o Brasil passou a ter ao menos um piloto na F1, em 1970, nunca houve uma ausência tão grande de brasileiros em condições de crescer nas categorias de base visando chegar à F1.
"Quando vim correr na Europa (2000), sempre havia um piloto do Brasil, ou mais de um, disputando campeonatos, ganhando corridas, na Europa, Estados Unidos. Hoje em dia é muito difícil você ver alguém. Temos o Felipe Nasr, só ele, que é ótimo, talentoso, mas não será fácil também para o Felipe chegar na F1, está no seu terceiro ano na GP2. E é a única chance que nós temos." Nasr, de 21 anos, é piloto de testes do time de Massa, Williams-Mercedes, e atual vice-líder da GP2.
Para Massa, "o automobilismo já passou do ponto, e não é de hoje, faz tempo. A chance de não ter brasileiro na F1 no futuro é muito maior do que ter. É o resultado do trabalho que vem sendo realizado para formar pilotos, no kart, nas categorias de base". O piloto de 33 anos e na sua 12.ª temporada na F1 é um crítico na inapetência da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA).
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