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Mercedes nega favorecimento a Hamilton em Monza e chama boatos de paranoia

Toto Wolff negou especulação a respeito erros de Rosberg no GP da Itália - Olivier Morin / AFP
Toto Wolff negou especulação a respeito erros de Rosberg no GP da Itália Imagem: Olivier Morin / AFP

Do UOL, em São Paulo

10/09/2014 15h32

Toto Wolff, diretor executivo da Mercedes na Fórmula 1, descreveu como “paranoia” os boatos a respeito de ordens da equipe para que Nico Rosberg cedesse passagem a Lewis Hamilton durante o Grande Prêmio da Itália do último domingo. Em entrevista divulgada pela própria escuderia nesta quarta-feira, Wolff afirmou que os pilotos não receberam ordens superiores que determinassem as posições em Monza, reforçando a disputa aberta entre Rosberg e Hamilton pela liderança do Mundial de pilotos da F-1.

“Devo dizer para estas pessoas que apenas mentes paranoicas apareceriam com esta ideia (suposta ordem para Rosberg). Havia muita pressão sobre Nico, uma vez que Lewis havia sido mais rápido que ele no sábado e era mais rápido no domingo também”, disse Wolff, que também negou a especulação a respeito de uma determinação para que Lewis Hamilton mantivesse distância de Nico Rosberg a partir do segundo pit stop dos pilotos.

“Nem todas as comunicações são transmitidas ao público. Depois dos pit stops, a mensagem era: ‘precisamos poupar os pneus dos dois carros, então cheguem ao fim e então disputem posições’. Mudamos de opinião porque havia uma oportunidade clara para o piloto que estava atrás (Hamilton) ultrapassasse no início daquele trecho. Então, voltamos aos pilotos com a mensagem de que eles eram livres para utilizar o que tivessem à mão. Foi exatamente de acordo com os planos”, completou.

A teoria a respeito de uma manobra proposital de Rosberg diz respeito à participação da dupla da Mercedes na prova entre as voltas 25 e 29. O alemão tinha 2s5 de vantagem para Hamilton após as paradas nos boxes quando o britânico recebeu um rádio de seu engenheiro, Pete Bonnington, para que mantivesse a distância. Nas voltas seguintes, Hamilton diminuiu a diferença para 0s7, até que Rosberg errou na Curva 1 e permitiu a ultrapassagem do companheiro de equipe.

“O carro estava bom, e eu estava o mais próximo (de Rosberg) até então. Naquele trecho, eu sabia que, quando eu estava atrás de alguém, quando eu estava atrás de Nico com pneus mais gastos, era difícil acompanhá-lo. Eu sabia que a única chance (de ultrapassá-lo) seria no início (do trecho após as trocas de pneus). Então eu tentei”, disse o vencedor do GP da Itália após a corrida.

O discurso foi semelhante ao do próprio Rosberg. “Lewis foi mais rápido que eu durante o final de semana, então ele decidiu vencer. É claro isso, é muito decepcionante para mim. Tive que travar na Curva 1, então fui reto para evitar um pneu chapado. Aquilo me custou a liderança. Mas ele estava rápido atrás de mim, então eu tive que pisar fundo o tempo todo”, disse o alemão no Facebook.

Em sua entrevista, Toto Wolff disse que Nico Rosberg estava com problemas em seus freios traseiros, então mudou o balanço do carro para concentrar a frenagem nos freios dianteiros. Segundo o dirigente, foi essa mudança que provocou os erros do alemão na mesma curva em diferentes momentos.

Mesmo assim, o balanço final do GP da Itália foi positivo para o dirigente. “Mentalmente, ele (Rosberg) é muito forte. Se você quer ser campeão do mundo, você precisa passar por altos e baixos. Lewis tem muito disso, e dá a volta por cima”, disse o dirigente, prometendo neutralidade na briga pelo título. “Para mim, é importante que a Mercedes vença. Dobradinhas são sempre melhores. Mas quero permanecer o mais neutro possível – completamente neutro”, emendou.

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