Como uma confusão de tradução exagerou na melhora de Michael Schumacher
Um erro de tradução em uma entrevista dada por Jean Todt, ex-chefe da equipe Ferrari e atual presidente da FIA, fez com que o mundo do automobilismo acreditasse que no atual estágio de sua recuperação o alemão Michael Schumacher poderia ter “uma vida relativamente normal dentro de pouco tempo”. Infelizmente não é verdade. O UOL Esporte repercutiu a declaração errada nesta terça-feira. Após a descoberta do erro, a equipe do site corrigiu a matéria e produziu uma errata, que pode ser lida aqui.
O que aconteceu de fato: Todt deu entrevista no final de semana a um dos canais do Grupo RTL, dias após se reunir com a família do ex-piloto de equipes como Benetton, Ferrari e Mercedes. Na entrevista, disse que, à medida em que o tempo passava, Schumacher fazia “progressos em relação à gravidade da sua lesão”, embora ainda houvesse um longo caminho pela frente.
Na frase que gerou toda a confusão, Todt disse: “espero que as coisas melhorem”. O dirigente afirmou torcer ainda para que seu ex-piloto pudesse levar “uma vida relativamente normal” em um curto período de tempo.
A declaração chegou à imprensa alemã, que, segundo o PitPass (site especializado em automobilismo), originou o erro de tradução. O jornal Der Spiegel dizia: “amigo Todt anuncia ‘vida normal’ para Schumacher”. Já a versão online da revista Focus trazia a manchete “Schumacher vai ‘viver uma vida normal’”.
Desta forma, quando a declaração distorcida chegou aos jornais britânicos e espanhóis, ganhou o mundo. “Michael Schumacher ‘poderá viver uma vida relativamente normal’, diz ex-chefe da Ferrari”, destacava o Daily Mail. “Schumacher caminha para uma ‘vida relativamente normal’, diz ex-chefe Todt”, reforçava o Daily Mirror.
Publicações como o Mundo Deportivo, Daily Telegraph, o The Guardian e o Times também repercutiram erroneamente o fato. O UOL Esporte e outros sites brasileiros passaram a história adiante, em uma bola de neve mundial.
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