Para campeão da Fórmula 1, boicote deveria banir equipes 'para sempre'

Mario Andretti, piloto da Fórmula 1 entre 1968 e 1982, campeão da categoria em 1978 pela Lotus, se irritou com a possibilidade de um boicote de equipes nas etapas finais da temporada 2014. Embaixador do Grande Prêmio dos Estados Unidos, onde o boicote foi especulado pela primeira vez, Andretti disse ao jornal britânico The Guardian que os times rebeldes deveriam ser banidos da F1.

”Estes rumores sobre um potencial boicote são devastadores de muitas maneiras”, disse o norte-americano. ”Estas pessoas não percebem que, no fim das contas, estão machucando a elas mesmas. Quem vocês estão punindo? Vocês estão punindo os fãs, que pagam para ver vocês. Vocês estão punindo os patrocinadores, que apoiam o esporte e que mantêm o esporte vivo. Vocês estão punindo o núcleo do que faz o esporte existir”, completou.

O boicote em questão é proposto por três equipes: Force India, Lotus e Sauber. As três criticam a falta de garantias financeiras da categoria a curto prazo, e ameaçam ficar de fora do GP do Brasil. A possibilidade já foi levantada no GP dos Estados Unidos, mas acabou descartada menos de duas horas antes da largada.

Irritado, o norte-americano lembrou de boicote anterior na Fórmula 1, no GP dos EUA de 2005, que, para ele, manchou o esporte. Segundo ele, as equipes menores precisam esperar para terem suas chances de crescimento na categoria.

”Apenas pessoas de mente muito pequena iriam pensar desta maneira (boicote). Eu tenho um problema com isso. Olha o que a Michelin fez à Fórmula 1 em 2005, em Indianápolis. Equipes ou pessoas que fazem isso deveriam ser banidas do esporte para sempre. Não há lugar para isso”, criticou Andretti, que foi além e citou o crescimento da Williams nos últimos 40 anos.

”Sempre haverá equipes menores. Eu me lembro em 1976, em minha primeira temporada completa como piloto de Fórmula 1. Um jovem Frank Williams me disse: ‘Mario, um dia eu serei como Colin Chapman’”, afirmou o norte-americano. Na ocasião, Frank Williams gerenciava a Frank Williams Racing Cars (equipe que disputou a F1 entre 1969 e 1976), enquanto Colin Chapman, fundador da Lotus, já contava com cinco títulos de pilotos na categoria.

”Nunca vou me esquecer daquilo. Eu gostaria que estas equipes, ao invés de ficarem chorando, dissessem que gostariam de ser como a McLaren ou a Ferrari”, completou.