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Ecclestone quer F1 para ricos de 70 anos. Azar de jovens e de redes sociais

Dirigente quer distância de redes sociais e compara equipes a mulheres com cartões - EFE/EPA/HARISH TYAGI
Dirigente quer distância de redes sociais e compara equipes a mulheres com cartões Imagem: EFE/EPA/HARISH TYAGI

Das agências internacionais

Em Hong Kong (China)

14/11/2014 10h59

A Fórmula 1 prefere atrair consumidores ricos de 70 anos do que procurar uma geração mais jovem que não pode pagar relógios de luxo e que está mais interessado em redes sociais. Pelo menos, é o que afirma Bernie Ecclestone, diretor-executivo da Formula One Management (FOM).

Em entrevista para a revista da agência Campaign Asia-Pacific, Ecclestone afirmou que os jovens não interessam aos principais patrocinadores que a categoria promove.

”As crianças vão ver a marca Rolex, mas elas vão comprar um? Elas não podem pagar por um. Ou outro de nossos patrocinadores, o Banco UBS – estas crianças não ligam para bancos. Elas não têm dinheiro o suficiente para colocar na droga dos bancos. É isso que eu acho”, esbravejou o dirigente britânico, de 84 anos.

“Eu não sei por que as pessoas querem se aproximar da chamada ‘geração jovem’. Por que eles querem fazer isso? É para vendê-los algo? A maioria desta crianças não tem dinheiro. Eu prefiro me aproximar do cara de 70 anos que tem um monte de dinheiro. Não há razão para nos aproximarmos destas crianças, porque elas não vão comprar nenhum dos produtos aqui. Se os marqueteiros miram esta audiência, eles deveriam fazer propaganda com a Disney”, completou.

Ecclestone é alvo de críticas recorrentes na Fórmula 1 pela maneira antiquada que administra a Fórmula 1. Mais recentemente, o dirigente entrou em rota de colisão com equipes médias do grid (Force India, Lotus e Sauber), que criticam os privilégios de grandes equipes na divisão do lucro da categoria.

Diante da diminuição da presença da Fórmula 1 em televisões do mundo todo, de acordo com a agência Reuters, as equipes da categoria têm demonstrado cada vez mais atenção às redes sociais. No entanto, mesmo diante da queda de audiência na TV, o homem-forte da F1 quer manter seu foco na mídia tradicional.

”Não estou interessado em Twitter, Facebook ou qualquer outra coisa sem sentido”, disse Ecclestone. “Tentei, mas de qualquer forma, sou muito antiquado. Não consigo ver valor nisso. E nem sei o que a ‘geração jovem’ de hoje quer de verdade. O que é? Se você perguntar para um menino de 15 ou 16 anos o que ele quer, ele não sabe. O desafio é conquistar audiência em primeiro lugar”, analisou.

Em sua bombástica entrevista, Ecclestone afirmou ainda que ninguém sentirá a falta de equipes pequenas na Fórmula 1. O recado é claro para Caterham e Marussia, que entraram em administração legal, mas também para equipes médias do grid – que, segundo o dirigente, deveriam dar um jeito de gastar menos.

”Estas equipes não precisam estar em crise financeira. Elas precisam pensar sobre como gastam seu dinheiro e como fazer o melhor com isso. É o mesmo problema de mulheres com cartões de crédito”, afirmou.

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