Acidentes transformam ex-piloto francês em 'persona non grata' na Fórmula 1
O francês Philippe Streiff se tornou um nome conhecido na Fórmula 1 durante os anos 80. Com passagem por Renault, Ligier, Tyrrell e AGS, precisou deixar o automobilismo no início de 1989, em decorrência de um acidente sofrido no Brasil durante a pré-temporada que o deixou paraplégico.
Passados 26 anos do fim de carreira de Streiff na Fórmula 1, a categoria não parece à vontade com sua presença no noticiário. Frequentemente, o francês tem se indisposto com nomes fortes dos bastidores da elite do automobilismo mundial.
Em novembro de 2014, Streiff afirmou à imprensa francesa ter visitado Michael Schumacher em sua casa na Suíça. Na ocasião, disse que o alemão “estava melhorando”, mas relativizou a evolução do estado de saúde do suposto amigo.
“É difícil. Ele não consegue falar. Como eu, ele está em uma cadeira de rodas, paralisado. Ele tem problemas de memória e de fala”, comentou na época.
As declarações irritaram Sabine Kehm, relações públicas de Schumacher e única responsável por divulgar informações a respeito do estado de saúde do alemão desde o acidente sofrido por ele no fim de 2013. “Philippe Streiff não é amigo de Michael, e tampouco o visitou”, comunicou Sabine.
Um porta-voz de Schumacher ainda disse que as declarações do ex-piloto francês eram “opinião”. Mesmo assim, a indefinição da situação colocou Streiff nos holofotes. E ele voltou a aparecer em janeiro de 2015, irritando gente ainda mais poderosa desta vez.
À imprensa francesa, Streiff criticou o painel da FIA que avaliou o acidente sofrido por Jules Bianchi, piloto da Marussia, no Grande Prêmio do Japão de 2014, que deixou o compatriota hospitalizado desde então. Para ele, a análise da batida serviu apenas para culpar o piloto, isentando a entidade.
A FIA, porém, contra-atacou. Nesta quinta-feira, o presidente Jean Todt – amigo pessoal da família de Jules Bianchi – anunciou que admite tomar medidas legais contra Philippe Streiff. Gerard Saillant, o responsável médico do caso do francês da Marussia, endossa o discurso.
“A FIA, Jean Todt e Gerard Saillant categoricamente afirmam que os comentários insultantes e difamatórios de Philippe Streiff são infundados e demonstraram intenção maliciosa”, afirma a entidade em comunicado divulgado nesta quinta-feira.
Ainda segundo a carta, as três partes acusadas “entraram em contato com seus respectivos advogados para registrar uma acusação de difamação pública, de forma que a circulação das declarações de Philippe Streiff seja barradas imediatamente e sancionadas da maneira adequada”.
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