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Audi pode chegar à F-1. E pelas mãos de ex-chefão da Ferrari

Domenicali foi demitido da Ferrari em abril do ano passado - REUTERS/Giampiero Sposito
Domenicali foi demitido da Ferrari em abril do ano passado Imagem: REUTERS/Giampiero Sposito

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

18/03/2015 06h01

O rumor é antigo, mas volta a ganhar força: a Volkswagen, por meio da Audi, poderia estar preparando sua entrada na Fórmula 1. Isso esteve perto de acontecer em 2008, quando houve negociações sérias para o fornecimento de motores para a Red Bull, mas o projeto acabou não saindo do papel. Porém, a adoção da tecnologia híbrida e o envolvimento do ex-chefe da Ferrari, Stefano Domenicali, mudaram o cenário nos últimos meses.

Domenicali, que foi demitido da equipe italiana em abril do ano passado, assumiu em novembro um cargo na Audi, divisão da empresa alemã com maior envolvimento no esporte a motor e cujos carros têm perfil mais esportivo. Oficialmente, o italiano atuaria nas áreas de serviço e mobilidade, mas é difícil imaginar que não haja qualquer envolvimento de Domenicali com o automobilismo, área em que atua em papéis administrativos desde que se formou na Universidade de Bolonha, em 1991.

Red Bull/Audi?
Enquanto isso, a porta da Red Bull parece se abrir novamente com as duras críticas que os chefes da equipe têm feito a sua atual fornecedora de motores, a Renault. Como nem Mercedes, Ferrari ou Honda (que têm uma parceria similar a uma equipe de fábrica com a McLaren) teriam interesse em fornecer motores para um time com potencial financeiro e técnico para batê-los, caberia aos tetracampeões buscar um parceiro que não tenha, atualmente, participação na Fórmula 1. Ou embarcar em uma cara operação para fabricar seus próprios motores.

Isso, se a Red Bull decidir permanecer na Fórmula 1, uma vez que Christian Horner, chefe da equipe, já reconheceu que o retorno que a marca tem na categoria será estudado no meio do ano e que existe o risco do “amor pela Fórmula 1 de Dietrich [Mateschitz] acabar”, referindo-se ao dono da empresa austríaca.

Entraves
Observando este cenário, Domenicali teria proposto a entrada da Audi com uma equipe própria, assumindo o espólio da Red Bull. Contudo, o plano sofreria o mesmo entrave que impediu a parceria há sete anos: Ferdinand Piech, presidente do Grupo Volkswagen.

Piech não esconde sua repugnância em relação ao chefe da Fórmula 1, Bernie Ecclestone. Acredita-se que seja uma rusga que nasceu na época em que o inglês, hoje com 84 anos, era chefe da Brabham e o austríaco, que tem 77, negociava os contratos de fornecimento de motores da Porsche.

Porém, Martin Winterkorn, apontado como sucessor natural de Piech, é um entusiasta da participação das marcas da Volkswagen no automobilismo. Caso a liderança, ou na Alemanha, ou na Fórmula 1, mude, o negócio seria facilitado.

Outro problema para a Audi é a incerteza em relação ao regulamento da Fórmula 1. Inicialmente, a tecnologia híbrida e os motores V6 turbo eram considerados o futuro da categoria, mas o domínio da Mercedes e as reclamações acerca da falta de barulho e da complexidade excessiva da tecnologia podem fazer com que haja mudanças nos próximos anos.

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