Topo

Fórmula 1

Problemas de estrutura não arranham popularidade de Interlagos na F-1

Massa venceu o GP do Brasil em duas oportunidades, em 2006 e 2008 (foto) - Gero Breoler/EFE
Massa venceu o GP do Brasil em duas oportunidades, em 2006 e 2008 (foto) Imagem: Gero Breoler/EFE

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Barcelona (ESP)

12/05/2015 05h12

O autódromo de Interlagos, que completa 75 anos neste 12 de maio, vem passando pelo que é tida como a maior reforma de sua história, muito em função do contrato firmado com os organizadores da Fórmula 1 para garantir o GP do Brasil até 2020. Porém, para pilotos e engenheiros, ouvidos pelo UOL Esporte, a reconhecida falta de estrutura da etapa paulistana pouco importa frente ao traçado, constantemente elogiado, e à festa do público.

“Não queria que mudasse nada lá”, afirmou o piloto alemão Nico Hulkenberg, que tem sua única pole position na Fórmula 1 marcada justamente em Interlagos, em 2010. “O circuito é ótimo do jeito que é agora. A pista é muito divertida, é como as pistas antigas, e também gosto do clima quando você pilota lá. Quase dá para tocar a história e a atmosfera que é criada.”

Mesmo quem apenas tem de lidar com a estrutura do circuito, sem ir à pista, não vê grandes motivos para mudanças radicais. É o caso do engenheiro da Williams Rob Smedley que, apesar de reconhecer que a estrutura de Interlagos não é a ideal, acredita que o fato dos brasileiros serem apaixonados pela Fórmula 1 compensa as dificuldades. “A pista é ótima. É rápida e tem curvas muito boas. E realmente gosto do fato de que a pista está sempre cheia. As pessoas são apaixonadas, é como na Grã-Bretanha. E, como é uma pista pequena, é como se fosse um anfiteatro e, mesmo no pitwall, você consegue ouvir as pessoas gritando os nomes dos pilotos. É claro que a estrutura não é perfeita, mas isso realmente faz alguma diferença para nossas vidas? Prefiro estar em um lugar em que as pessoas são apaixonadas pela Fórmula 1 e sofrer um pouco com a estrutura do que ir para onde a estrutura é fantástica, mas ninguém se importa com a categoria.”

Vencedor de dois GPs do Brasil e meio, como costuma frisar – venceu em 2006 e 2008 e entregou a vitória a Kimi Raikkonen em 2007 para possibilitar o título do finlandês – Felipe Massa também elogia a pista, mas lembra que, em se tratando de Brasil, é melhor comemorar as prometidas melhoras estruturais apenas quando a atual obra for entregue.

“Interlagos, para mim, faz parte da minha história, da minha vida. Eu cresci lá, fiz a maior parte da minha carreira lá e talvez tenha tido as maiores alegrias da minha vida lá. E, tendo vencido o GP do Brasil mais de uma vez faz com que Interlagos seja a pista mais importante da minha história”, frisa o brasileiro da Williams. “Na pista, não mudaria nada, todo ano tem corrida emocionante e talvez seja a pista que ocasionou as corridas mais emocionantes da história da Fórmula 1. A única mudança que a gente gostaria de ver é uma melhor estrutura para as equipes, fora da pista. Acredito que seja isso que eles estão fazendo mas, enquanto não fica pronto, sempre é difícil acreditar 100% em como as coisas vão ficar no Brasil. Infelizmente, essa é a nossa cultura. Mas tomara que o autódromo melhore um pouco.”

Vivendo a expectativa de estrear na Fórmula 1 em uma corrida em Interlagos – depois de ter andado no circuito apenas duas vezes, em 2008 na F-BMW, em sua única prova disputada no Brasil na carreira, e nos treinos livres da F-1 ano passado, pela Williams – Felipe Nasr vê a presença de dois brasileiros no grid como uma forma de comemoração do aniversário de 75 anos. “Interlagos é uma pista que a maioria dos pilotos gosta, porque tem uma combinação interessante de curvas. Eu tenho pouquíssima experiência lá, esse ano será minha primeira vez correndo de verdade lá – e acho que é sempre bom ter mais brasileiros no grid então já é um presente, um bom motivo para comemorar esses 75 anos.” 

Fórmula 1