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Comentarista, Villeneuve segue empolgado com as corridas. Mas não a F-1

Villeneuve atua como comentarista na Fórmula 1 nas TVs francesa e italiana, mas ainda faz corridas esporádicas - Jonathan Ferrey/Getty Images/AFP
Villeneuve atua como comentarista na Fórmula 1 nas TVs francesa e italiana, mas ainda faz corridas esporádicas Imagem: Jonathan Ferrey/Getty Images/AFP

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Barcelona (ESP)

17/05/2015 06h00

Campeão do mundo de Fórmula 1. Vencedor de 11 GPs na categoria. Tem seu nome marcado junto de lendas como Emerson Fittipaldi e Mario Andretti como um dos três a conquistar o título da maior categoria do automobilismo mundial e da Fórmula Indy, com direito a vitória nas 500 Milhas de Indianápolis. Jacques Villeneuve poderia estar curtindo uma aposentadoria tranquila em Andorra, onde mora atualmente.

Mas não. Aos 44 anos, Villeneuve garante que ainda tem sede de disputar corridas. E, se possível, um campeonato. Porém, enquanto a oportunidade certa não surge, o canadense se divide entre uma ou outra corrida esporádica e o trabalho como comentarista das TVs francesa e italiana.

“Fiz uma corrida no Brasil, ano passado corri as 500 Milhas de Indianápolis, então tenho corrido um pouco”, lembra o campeão de 1997 ao UOL Esporte. “Obviamente, gostaria de fazer uma temporada completa. O difícil de fazer uma corrida aqui e outra ali é que você nunca está preparado, o que acaba sendo muito frustrante”, reconhece. “Mas estou muito ocupado aqui no paddock fazendo trabalho para a TV. E é difícil ter esse tipo de trabalho e disputar corridas ao mesmo tempo.”

Villeneuve tem feito corridas esporádicas em algumas categorias, entre a Nascar, Le Mans e Indy. No Brasil, esteve por duas vezes como convidado na Corrida do Milhão da Stock Car.

A relação com a Fórmula 1 é um capítulo à parte para Villeneuve. O canadense não encerrou sua carreira na categoria como gostaria, em 2006. Na época, já estava há nove anos sem vencer corridas, depois de ter entrado na F-1 pela porta da frente, na então imbatível Williams, vindo do título da Indy, e conquistado o campeonato já na segunda temporada. Em 1999, apostou no projeto da BAR, equipe na qual chegou a ter participação, mas o carro nunca engrenou. Curiosamente, é a mesma estrutura que passou pelas mãos da Honda, foi campeã com a Brawn e, hoje, é comandada pela Mercedes.

Tendo passado também pela Renault e Sauber depois da BAR. No time suíço, acabou dispensado. Oficialmente, perderia apenas um GP no meio daquela temporada por estar lesionado após um acidente, mas foi substituído por Robert Kubica e não voltou mais. Ensaiou algumas tentativas de retorno, sem sucesso.

Desde o início de 2014, é comentarista. E reconhece que ainda nutre a vontade de estar atrás do volante – e não do microfone.  “Não é meu sonho de infância. Gosto de fazer porque me divirto e sei do que estou falando. Por isso é bom. Mas o que me motiva a acordar a cada manhã ainda é esse aspecto das corridas”, garante.

Isso, mesmo que o atual modelo de disputa não lhe agrade. Crítico feroz do excesso de restrições do regulamento da Fórmula 1 atual, Villeneuve admite que preferiria comentar um espetáculo distinto. “Não gosto das corridas de hoje. Isso não é Fórmula 1. Claro, ainda são corridas, ainda é a F-1, mas não acho seja algo representativo para o que a categoria deve ser”, defende.

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