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Diretor diz que Williams pode vencer mesmo sendo cliente. E critica McLaren

Há um ano, Felipe Massa conquistava, no GP da Áustria, a única pole de um adversário da Mercedes da temporada 2014 - Max Rossi/Reuters
Há um ano, Felipe Massa conquistava, no GP da Áustria, a única pole de um adversário da Mercedes da temporada 2014 Imagem: Max Rossi/Reuters

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Praga (República Checa)

16/06/2015 06h00

As regras que entraram em vigor na Fórmula 1 em 2014 fizeram os motores ganharem importância – e levantaram uma questão importante. De lá para cá, vimos a Mercedes dominando, e hoje a Ferrari aparece como segundo força. Ambas escuderias têm por trás produção própria dos motores. Nesse cenário, seria possível uma equipe cliente (e não fabricante) de alguma fornecedora ter um rendimento melhor do que um time de fábrica?

Para o diretor técnico da Williams, Pat Symonds, a própria história diz que sim. “Não acho que ser um cliente de motores é o fim do mundo”, disse o engenheiro ao UOL Esporte – e apontou um culpado para a desconfiança em relação aos clientes, em questão levantada pela McLaren.

“Todo mundo começou a falar disso porque Ron Dennis (dirigente da McLaren) disse. Quando pessoas como eu falam com pessoas como você [referindo-se à jornalista], fazemos isso por um motivo. Não é para nos entreter, é porque queremos dar alguma exposição para nossa equipe ou porque queremos dar alguma opinião. E acho que Ron só queria deixar claro seu ponto de vista, queria justificar por que tinha escolhido a Honda. Queria convencer seus patrocinadores de que essa é a única maneira de vencer.”

De fato, o dono da McLaren levantou a questão da fragilidade dos clientes ao justificar a opção de deixar para trás a parceria de 15 anos com a Mercedes para se tornar a equipe de fábrica da Honda, algo que não vem dando resultados até o momento devido à falta de experiência dos japoneses com os atuais motores.

Symonds, contudo, rebate o argumento de Dennis, relembrando um campeonato dominado por uma equipe cliente. “Ele esquece, contudo, que em 2009, a McLaren tinha o motor principal da Mercedes. E eles foram superados pela Brawn, que era a cliente. Então é algo que pode ser feito. Por que nós não podemos fazer o mesmo?”

O diretor confirmou ainda que o contrato da Williams com a Mercedes prevê que todas as evoluções que o time de fábrica tiver devem ser fornecidas também à cliente e explicou como os profissionais alemães trabalham dentro da equipe de Grove.

“Eles trabalham conosco o tempo todo. Trabalham dentro da equipe durante os finais de semana de corrida, estão em nossas reuniões de performance e fazemos video-conferências quando é necessário. Mas eles são contratados para trabalhar para a Williams. Portanto, o interesse deles é que a Williams-Mercedes vença, não apenas a Mercedes.”

A Mercedes tem atualmente três clientes no grid: Williams, Lotus e Force India. O time de Massa e Valtteri Bottas é o melhor posicionado no campeonato entre os três, ocupando o terceiro lugar, à frente inclusive de duas equipes de fábrica (Red Bull, da Renault, e McLaren, da Honda).

A Fórmula 1 volta à pista para a oitava etapa da temporada no próximo final de semana, no GP da Áustria, com classificação às 9h do sábado e corrida, às 9h do domingo.   

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