Alain Prost revela que fez proposta para ser chefe de rival Ayrton Senna
Imagine uma equipe com Ayrton Senna como piloto e Alain Prost como chefe? O maior rival do brasileiro revelou que a possibilidade chegou a ser conversada entre os dois meses antes da morte do tricampeão, no GP de San Marino de 1994.
“Talvez uma semana antes do acidente, nós nos falamos no telefone e eu disse a Ayrton: ‘Um dia seria engraçado se eu tivesse uma equipe e você pudesse ser meu piloto’. E ficamos rindo a respeito disso, mas ao mesmo tempo eu já estava negociando a compra de Ligier.”
Prost acabou comprando a Ligier, tornando-se chefe de equipe de 1997 a 2001. Em 83 corridas, a equipe não conseguiu conquistar um pódio sequer. O time acabou falindo no final de 2001. Seu espólio chegou a ser adquirido por um grupo empresarial, mas teve a entrada negada pela Federação Internacional de Automobilismo na temporada seguinte, encerrando suas atividades.
Mesmo não tendo realizado o sonho de ter o rival como piloto, Prost guarda boas lembranças dos últimos meses de relação com o brasileiro.
“Os últimos seis meses [da vida dele] ficam na minha memória. É quando eu conheci o Ayrton muito melhor do que antes. Ele estava completamente diferente e eu entendi quem ele era e por que ele havia de certa forma às vezes. Entendi a motivação dele – uma motivação quase única – que era me superar. E eu olho para trás como se isso fosse um elogio”, disse o tetracampeão.
“É por isso que, quando nós estávamos juntos no pódio na Austrália em 1993, quando eu parei, logo depois ele já tinha se tornado uma pessoa diferente. E é essa lembrança de nosso relacionamento que eu carrego comigo hoje.”
A corrida em Adelaide acabou marcando, ao mesmo tempo, a despedida de Prost das pistas e a última vitória de Senna, que morreria pouco menos de seis meses depois. Na ocasião, quando o francês recebeu o troféu pelo segundo lugar, Ayrton o chamou para que os dois dividissem a posição mais alta do pódio.
“Perto do fim, quando estávamos mais próximos, era muito estranho porque ele falava muito da falta de segurança. Ele me pediu várias vezes para que eu assumisse a liderança da associação de pilotos, e eu disse não”, revelou Prost.
O francês disse ter se encontrado com Senna por duas vezes no dia de sua morte. “Ele me ligou no sábado, então fui encontrá-lo e nosso maior assunto era a segurança e o fato dele não estar feliz com a situação, acreditando que a Benetton não estava legal. Ele estava muito focado nisso, mas foi estranho. Muito estranho.”
Após a morte do tricampeão e do austríaco Roland Ratzenberger no final do semana do GP de San Marino, em Imola, uma série de mudanças foram tomadas para melhorar a segurança dos carros. E, ao longo da temporada, ficou provado que a Benetton, que acabou ganhando o campeonato, com Michael Schumacher, usava um sistema irregular de abastecimento, o que foi banido.
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