Após mortes de Bianchi e Wilson, Fórmula 1 vai testar cockpits fechados
Após anos de discussão, a Fórmula 1 deverá testar, no próximo mês, formas de fechar os cockpits. A proposta ganhou força nos últimos seis anos, em que uma série de acidentes demonstrou que, embora a segurança dos carros tenha aumentado bastante, a região da cabeça do piloto continua sendo crítica.
Os primeiros acidentes que levantaram esta questão foram de Henry Surtees, em uma corrida de Fórmula 2 em 2009, e de Felipe Massa, no GP da Hungria do mesmo ano. O britânico, filho do campeão da F-1 dos anos 1960 John Surtees, morreu após ser atingido na cabeça por uma roda. Já o brasileiro perdeu metade do campeonato ao ser acertado por uma mola.
A discussão voltou com força no final do ano passado, após o acidente de Jules Bianchi no GP do Japão, embora as lesões cerebrais que levaram o francês à morte – a primeira na Fórmula 1 desde Ayrton Senna, em 1994 – tenham sido causadas pela desaceleração após um forte impacto contra um trator que estava na caixa de brita fazendo a remoção de outro carro.
Por outro lado, os críticos ao conceito do cockpit fechado avaliam que ele dificultaria a saída do piloto em certos tipos de acidentes, como em caso de incêndio e de batidas como a de Kimi Raikkonen e Fernando Alonso no GP da Áustria, quando o carro do espanhol parou em cima da Ferrari do finlandês.
A morte de Justin Wilson, da Fórmula Indy, contudo, reacendeu a discussão. O piloto sucumbiu a lesões cerebrais causadas pelo choque de partes de seu carro em batida no circuito de Pocono, nos Estados Unidos.
Coincidentemente, na semana passada, os chefes da Fórmula 1 já tinham discutido a questão e decidiram que os primeiros testes com os cockpits fechados serão feitos mês que vem. Serão testados alguns conceitos, desde o fechamento no mesmo estilo de aviões de caça até uma espécie de arco proposto pela Mercedes.
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