Um ano depois, pai de Bianchi revela que não viu batida que matou o filho
O final de semana do GP do Japão será especialmente marcante para uma família que está a milhares de quilômetros de Suzuka. Os Bianchi terão de conviver com as lembranças do acidente sofrido por Jules na prova japonesa do ano passado, em decorrência do qual o piloto morreu após nove meses em coma, em julho.
“É um momento difícil porque marca um ano do acidente de Jules e não é uma semana fácil para a família Bianchi. Sentimos muito a falta dele, assim como os fãs e seus amigos. É muito difícil”, afirmou o pai do piloto, Philippe, à BBC Sport.
“Acho que Jules está comigo agora mas é muito difícil porque ele ligava para mim e sua mãe todo dia e agora faz um ano que não posso falar com ele. Pode nove anos, não pude tocá-lo ou dar-lhe um beijo”, lamentou.
“Quando os meses passam e você vê Jules todos os dias na mesma, entende naquele momento que não seria possível para ele voltar porque os danos eram muito graves. Você tem duas coisas - o lado neurológico e o físico - e Jules tinha uma presença física muito forte e acho que ele permaneceu vivo porque era muito forte.”
A Federação Internacional de Automobilismo chegou à conclusão de que um fator importante para o acidente foi a velocidade de Bianchi no momento em que ele escapou da pista, mesmo sob bandeiras amarelas duplas.
“Talvez [tenha sido um fator]. Para mim é estranho quando alguém diz que ele estava muito rápido porque ele é um piloto de F-1. Não sei o que aconteceu porque até hoje não vi o vídeo do acidente. Talvez em um mês ou seis, não sei. Não posso ver fotos do acidente. Não dá para eu falar nada sobre a batida porque sequer consegui ver.”
Além do acidente em si, o pai de Bianchi revelou que sequer consegue assistir às corridas.
“Muitas pessoas que continuam vendo as corridas me dizem: ‘Se você ver agora, mudou muito’. E eu digo ‘ok, mas não quero ver’, porque é muito difícil. É realmente muito difícil.”
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