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Em 10 anos, EUA vão de fiasco a país de maior crescimento econômico da F1

Mark Thompson/Getty Images
Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

20/10/2015 06h00

Apenas seis carros no grid em pleno circuito de Indianápolis. Há 10 anos, muitos apostaram que esta cena enterraria de vez as chances da Fórmula 1 conquistar os Estados Unidos. Mas junto de uma nova casa em Austin, no Texas, a categoria está ganhando uma segunda chance no país. E hoje vem da América o maior crescimento de audiência do mundo.

A Fórmula 1 sempre teve dificuldade em convencer nos Estados Unidos, ainda que a etapa norte-americana tenha feito parte do calendário por muitos anos. Foram utilizados 10 circuitos diferentes desde a estreia ainda em 1959, em Sebring.

Em 2000, a categoria fez uma grande aposta ao passar a correr em um circuito misto construído especialmente para ela em Indianápolis, considerado um dos maiores templos do automobilismo mundial. Mas todo o esforço pouco adiantou quando, em 2005, uma falha na construção dos pneus Michelin impediu que 14 dos 20 carros do grid largassem, em um dos maiores fiascos da história da F-1. O contrato vigente na época foi cumprido e a categoria correu nos EUA até 2007, mas o interesse do público já havia despencado.

Até que, em 2010, foi anunciado o retorno dos EUA ao calendário, com a construção de um circuito em Austin. A notícia foi encarada com ceticismo, mas o evento provou ser um sucesso desde sua estreia, dois anos depois. De lá para cá, calcula-se que a pista tenha gerado 2,8 bilhões de dólares para a região, sediando também outros eventos esportivos, como a MotoGP, e muitos shows e festivais de música.

A prova também é um sucesso de público: ano passado, o evento atraiu perto de 240 mil pessoas ao circuito. Se o número ainda não supera as 300 mil pessoas (somando os três dias de atividades de pista) de eventos como os GPs da Inglaterra e da Austrália, é maior que de outros palcos tradicionais, como Espanha e Brasil.

Na telinha

Mas não é só a região de Austin que ganhou: desde que a NBC comprou os direitos de transmissão, em 2013, o interesse pela categoria no país tem crescido de forma representativa. Tanto, que, em 2014, os EUA se tornaram o lugar em que a Fórmula 1 mais cresce, tendência que continua nesta temporada.

Segundo dados fornecidos ao UOL Esporte pela emissora, nas 11 provas que foram mostradas no canal a cabo NBCSN nesta temporada, a audiência média foi de 428 mil pessoas, um aumento de 14% em relação ao ano passado e de 121% em comparação com 2013, com picos de audiência de quase 1.500 pessoas. No total, a emissora espera superar a marca de 17 milhões de espectadores.

Os números são positivos lembrando que os Estados Unidos enfrentam alguns obstáculos para o aumento da audiência devido ao horário das provas. Na costa oeste, por exemplo, a maioria das provas tem largada às 4h da manhã. Outro problema é a concorrência com outros esportes nacionais que fazem parte da grade da NBC, fazendo com que parte das corridas seja mostrada no canal a cabo, e parte na rede.

Etapa que pode definir o mundial neste final de semana,  o GP dos Estados Unidos comprovará seu prestígio atual indo para a rede - sessões de treinos livres e classificação serão transmitidos pelo canal à cabo. Isso, mesmo com o horário da prova batendo com uma importante etapa da Nascar, em Talladega.

A corrida terá largada às 14h locais - 17h pelo horário de Brasília. Lewis Hamilton precisa fazer nove pontos a mais que Sebastian Vettel e dois a mais que Nico Rosberg para conquistar o título. O inglês é o queridinho do público norte-americano, por ter uma estreita relação com o país e sua cultura. Neste final de semana, os americanos também poderão torcer por um piloto da casa, Alexander Rossi, que andará pela Manor. E ano que vem, a expectativa é que o interesse cresça ainda mais com a estreia da equipe Haas, primeiro time norte-americano a participar do campeonato desde 1986.

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