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Temor por queda das ultrapassagens divide pilotos sobre novas regras da F-1

Getty Images/Dan Istitene
Imagem: Getty Images/Dan Istitene

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

29/04/2016 06h00

Carros cerca de cinco segundos mais rápidos, visual mais agressivo, novas dimensões de asas e pneus mais largos. Falando dessa maneira, as mudanças nas regras de 2017 da Fórmula 1 parecem ser positivas para o esporte. Porém, os pilotos estão divididos. Para a maioria, a categoria corre o risco de ter corridas monótonas com o novo conceito.

Falando pelos pilotos na coletiva de imprensa do GP da Rússia, o líder do campeonato Nico Rosberg disse que a opinião geral é de que o conceito das novas regras não é o correto. “Queríamos que eles estudassem novamente as regras do ponto de vista técnico. Do jeito que está, tudo o que podemos fazer é aceitar.”

O temor é que se torne muito difícil um carro seguir o outro de perto sem ter perda de rendimento, uma vez que o efeito da aerodinâmica será maior. Assim, as ultrapassagens serão raras. “Talvez amemos os carros. Talvez a aderência seja maior. Agora é só esperar e tirar o máximo destes novos carros.”

Para pilotos do meio do pelotão, como Sergio Perez, a mudança é uma chance de ascenção. “Realmente espero que possamos ver as equipes mais competitivas. Na minha opinião, a F-1 precisa de mais competição, não pressão aerodinâmica”, declarou Sergio Perez.
Kvyat e Alonso apoiam

Mas há quem esteja mais otimista. O russo Daniil Kvyat lembrou que os pneus mais largos trarão mais aderência mecânica, uma forma dos carros ganharem velocidade que não vem da aerodinâmica. “Se a pressão aerodinâmica for gerada da forma correta, seria interessante para as disputas. E as equipes têm pouco tempo para preparar tudo, então todos podem começar no mesmo nível e isso pode significar corridas mais disputadas.”

Já Fernando Alonso, um dos grandes entusiastas dos carros mais rápidos e um dos poucos remanescentes da época em que os carros da Fórmula 1 bateram a maioria dos recordes de tempo de volta, no início dos anos 2000, diz não se importar caso o número de ultrapassagens caia.

“Acho que as coisas estão indo na direção certa. Precisamos tornar os carros mais rápidos e melhorar o show. Semana passada foi aniversário da corrida de Imola de 2005 [quando Alonso segurou Schumacher nas últimas 15 voltas na luta pela vitória de forma emocionante]. Houve três ou quatro ultrapassagens em toda a prova e foi considerado um dos maiores GPs. Então não acho que temos de dar tanta atenção às ultrapassagens.”

Para o espanhol, as trocas de posição não podem ser tão fáceis como hoje. “As ultrapassagens provavelmente não são tão reais quanto antes. Você não precisa estar inspirado para passar ou escolher o momento certo. Se não for nessa curva, você sabe que será na outra porque o outro está 5s mais lento.”

As mudanças no regulamento passaram pela Comissão de F-1, precisando ser ratificadas ainda pelo Conselho. Porém, como o regulamento dos motores ainda não foi fechado, não houve uma aprovação oficial.

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