Pista 'beberrona' gera maior desafio do ano. E está tudo na mão dos pilotos
“Deixe-me correr e vou cuidar do combustível depois! Não posso economizar e lutar por posição ao mesmo tempo!” As reclamações de Fernando Alonso durante o GP do Canadá do ano passado se tornaram comuns nos últimos anos naquela que é considerada a corrida em que o consumo de combustível é o maior da temporada. Mas na corrida que começa às 15h, desta vez os engenheiros terão de deixar esse trabalho totalmente nas mãos dos pilotos.
A maior restrição à comunicação via rádio a partir desta temporada faz com que o controle do consumo fique totalmente a cargo do piloto.
“Você consegue ver seu consumo no painel volta a volta”, explicou Felipe Nasr ao UOL Esporte. “É claro que você não vai querer economizar no começo, pois estará disputando posições. O mesmo ocorre nas relargadas. Você aproveita os momentos em que tem margem para economizar, como nas freadas ou quando tem um Safety Car. Você tem uma margem e vê se está acima ou abaixo dela.”
Há duas maneiras de se economizar: “Você pode fazer isso ou mexendo na regulagem do motor, ou no pé, aliviando o acelerador mais antes na freada ou em saída de curva.”
Além da pista de Montreal, outros circuitos com retas longas também fazem com que os pilotos tenham de economizar bastante combustível durante a corrida. “Na Rússia e na Austrália a gente teve de economizar bastante e em Cingapura também. Sempre é pior nas curvas que têm mais retas - o que significa que também deve ser o caso em Baku”, afirmou Nasr, referindo-se à prova que estreia na semana que vem.
Pelo atual regulamento da Fórmula 1, há dois tipos de restrições ao consumo: um limite de 100kg no tanque e de fluxo, que não pode passar 100kg/h.
“No começo da corrida, você tem de ser agressivo, mas sempre pensando que, em todos os momentos em que não tiver nada acontecendo, tem de economizar combustível”, lembra Felipe Massa. “Essa é a pior pista em relação ao consumo, por isso é uma das pistas em que largamos com a carga total, então acredito que todas as equipes vão ter que economizar combustível caso nada aconteça, como um Safety Car ou se chover.”
E, a partir deste ano, trata-se de um trabalho que fica todo a cargo do piloto. “É lógico que é algo mais ligado ao piloto porque o engenheiro não pode te dizer que você está precisando economizar. Então é algo que você tem de trabalhar desde o começo da corrida”, disse o brasileiro.
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