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Azarado correndo em casa, Button é Rubinho da Inglaterra: 'Única decepção'

Melhor lembrança é dos tempos em que ainda corria na Williams - Mark Thompson/GettyImages
Melhor lembrança é dos tempos em que ainda corria na Williams Imagem: Mark Thompson/GettyImages

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

06/07/2016 06h00

Nos seus quase 300 GPs de história na Fórmula 1, o piloto mais experiente do grid atual guarda uma mágoa: nunca ter conseguido um pódio sequer em 16 tentativas correndo em casa. E Jenson Button não espera que essa sina tenha fim neste final de semana.

“Acho que é a única corrida, ao lado de Sochi, em que não estive no pódio [dentre as pistas do atual calendário, o inglês também nunca ficou entre os três primeiros nos Estados Unidos, Áustria e México]. Isso machuca um pouco. É a única coisa na minha carreira com a qual me decepciono: nunca ter ido ao pódio em meu GP caseiro”, disse em entrevista ao UOL Esporte.

A marca negativa lembra a relação de Rubens Barrichello com o GP Brasil, embora o inglês tenha afirmado que nunca conversou com seu ex-companheiro sobre o assunto. Em 19 temporadas na F-1, Rubinho largou da pole em três ocasiões (2003, 2004 e 2009), mas conseguiu apenas um pódio - foi terceiro em 2004 pela Ferrari. 

A melhor lembrança de Button é justamente a estreia correndo diante de sua torcida, em 2000, quando corria pela Williams.

“Meu primeiro GP da Inglaterra foi muito emocionante. Classifiquei-me em sexto e ultrapassei Michael Schumacher na primeira curva. Foi o início perfeito. Terminei em quinto, mas fiz metade da corrida com nove cilindros, pois um dos cilindros quebrou. Foi um grande final de semana e o David Coulthard venceu, então foi uma grande prova para os torcedores britânicos.”

Não que Button nunca tenha estado perto de um pódio em casa. Em 2011, lutava pelas primeiras posições quando teve de abandonar depois que uma roda ficou solta após um pitstop. Em 2014, o inglês tentou pressionar Daniel Ricciardo até o final, mas chegou menos de 1s atrás do australiano.

“Houve algumas oportunidades em que estive muito próximo do pódio. Estava em segundo ou terceiro e, quando parei no box, e minha roda se soltou. Seria um pódio fácil. E em 2014, fiquei a meio metro do terceiro lugar. Simplesmente as coisas não funcionaram para mim. Amo o circuito, sempre tenho muito apoio lá, então é uma corrida muito especial”, ponderou o inglês, que evita falar em tom de despedida, ainda que seu atual acordo com a McLaren termine ao final deste ano e seu futuro ainda esteja incerto.

“Não tem o que possa fazer. Não sei se vai ser meu último ano, ou se tenho muita coisa adiante na minha carreira, então não faz sentido pensar nisso. Não estaremos lutando pelo pódio, mas outro britânico estará”, disse, referindo-se a Lewis Hamilton.

Button aproveitou para destacar o interesse dos britânicos. A expectativa é de que a etapa receba 150 mil torcedores.

“Talvez o esporte não esteja em seu melhor momento, mas a torcida estará lá. Hoje em dia, é difícil ter uma corrida com casa lotada e uma destas provas é o GP da Inglaterra. E eles não estão apenas sentados nas arquibancadas, têm um envolvimento forte com o esporte.”

As atividades para o GP da Inglaterra começam na sexta-feira, com duas sessões de treinos livres a partir das 6h e das 10h, pelo horário de Brasília. O terceiro treino livre começa às 6h do sábado e a classificação, às 9h. O GP da Inglaterra está marcado para às 9h do domingo.

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