Após apresentação 'chocante', até Hamilton aprova adoção de halo na F-1
Uma apresentação coordenada pelo diretor de prova da F-1 Charlie Whiting, o diretor de segurança Laurent Mekies e consultor de segurança Andy Mellor durante o final de semana em Budapeste fez o halo ganhar mais adeptos entre os pilotos. Dentre eles, um dos maiores opositores à novidade, que busca aumentar a segurança na região da cabeça: Lewis Hamilton.
O inglês se disse convencido pelas explicações, classificadas de “chocantes” para alguns pilotos, com exemplos de acidentes dos últimos 20 anos na própria F-1 e em categorias de base, detalhando como o dispositivo teria se comportado.
A apresentação também contou com um vídeo dos testes feitos com a solução desenvolvida pela Red Bull, a aerotela, que acabou não sendo aprovada pela FIA, pelo menos para o próximo ano.
Com as novas informações, Hamilton se disse convencido de que a adoção do halo é importante. “Acho que não podemos ignorar isso. É uma questão de segurança e todos temos de aceitar. O sistema aumenta em 17% a chance de sobrevivência em um acidente sério”, disse o inglês, que continua esperando que “haja alguma maneira de torná-lo mais bonito.”
Outro que se mostrou impressionado com a apresentação foi Carlos Sainz, da Toro Rosso. “Acho que os slides que nos mostraram hoje junto com as imagens, foram bastante chocantes", disse o espanhol, que faz sua segunda temporada an F-1. "Deu para ver o que ele faz e quantas vidas poderiam ter sido salvas. Os pilotos podem odiá-lo, e nós sabemos que não é o DNA do nosso esporte, mas quando você analisa, ele realmente faz sentido. Eu não gosto disso, mas é algo que mesmo não gostando, é como quando seu pai lhe diz que você está errado. Você sabe que ele está certo, mas você não quer admitir.”
A apresentação, contudo, não conseguiu convencer todos. Daniil Kvyat, também da Toro Rosso, se mostrou reticente quanto à introdução do halo. "Os argumentos que nos deram em relação à segurança foram fortes. Obviamente, se você realmente quiser, podemos fazer a F-1 completamente estéril e completamente segura, mas o ponto de interrogação é onde temos de parar. Eu não sei se já é um passo muito além ou se estamos nessa fronteira com o halo. Eu já disse muitas vezes que quando venho para a pista, sei que pode ser meu último dia. Não estou tentando ser um herói mas, no final, a F-1 é um show. E por isso que é tão popular."
Votação nesta semana
A introdução do sistema a partir do ano que vem será colocada em votação nesta semana no Grupo de Estratégia. É necessário que a novidade seja aprovada por unanimidade para que a questão seja levada para a Comissão de F-1, que dará o veredicto final.
A Red Bull já se colocou contra, assim como o promotor Bernie Ecclestone, que também tem direito a voto. Porém, a FIA poderia usar seu poder de veto para colocar a novidade em prática por motivos de segurança, ainda que o presidente Jean Todt tenha garantido na última reunião que não usará a tática.
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