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Definições do mercado em Monza tornam próximas semanas decisivas para Nasr

Charles Coates/Getty Images
Imagem: Charles Coates/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

06/09/2016 06h00

Primeiro, o anúncio da aposentadoria de Felipe Massa da Fórmula 1 ao final desta temporada. Depois, a indicação de Sergio Perez de que “dificilmente” deixará a Force India e, logo em seguida, a surpreendente decisão de Jenson Button de deixar o grid ano que vem e continuar ligado à McLaren, com a possibilidade de retornar em 2018. Todos estes movimentos deixaram mais claros o cenário do mercado de pilotos - e colocaram pressão em Felipe Nasr, que deve ter seu futuro definido nas duas próximas semanas.

"Quero decidir logo meu futuro. Neste mês, muita coisa está acontecendo, então espero poder dar uma notícia logo. Acho que o mercado começou a se movimentar e acredito que setembro será o mês das decisões. Eu diria para esperar até o final de setembro por uma notícia", disse o piloto, ouvido pelo UOL Esporte no último final de semana, em Monza, na Itália.

O nome do brasileiro chegou a ser fortemente cogitado para a vaga do próprio Massa na Williams. Porém, o boato perdeu força ao longo do último final de semana, uma vez que o time inglês estaria fechado com Valtteri Bottas e Lance Stroll, canadense líder do campeonato da Fórmula 3 Europeia e famoso pelas altas somas investidas pelo pai em sua carreira. O piloto, que está fazendo uma série de testes com a Williams de 2014, comprados pelo empresário, disse recentemente que Max Verstappen, outro que pulou diretamente da F-3 para a F-1 é “o exemplo perfeito” de como deveria gerir sua carreira.

Perguntado em Monza se consideraria a Williams uma boa alternativa para Nasr, Felipe Massa disse estar na torcida para o compatriota.

“Tomara. É lógico que estou torcendo muito para que o Felipe, em primeiro lugar, continue, e também para que ele consiga um carro mais competitivo para ter a chance de continuar se desenvolvendo. Para falar a verdade, não sei de nada. Porém, tomara que ele tenha alguma chance no meu lugar”, afirmou o brasileiro, que não sabe dizer se sua atual equipe será competitiva ano que vem, quando estreia um novo regulamento, que deve diminuir ainda mais a vantagem das equipes que usam motores Mercedes, algo importante para os bons resultados especialmente de 2014 e 2015.

“Não tenho a menor ideia. A mudança é muito grande no regulamento. Sem dúvida, a Williams precisa melhorar muito no lado do chassi, na parte aerodinâmica porque isso será ainda mais importante para o ano que vem.”

Oportunidades para Nasr
Apesar dos boatos, a Williams não deu indicativos de que tenha fechado sua dupla. O time inglês costuma anunciar seus pilotos no início de setembro e novidades são esperadas até o GP de Cingapura, dia 18. O mesmo deve acontecer com a Force India que, ao que tudo indica, deve manter Nico Hulkenberg e Sergio Perez.

O alemão tem contrato fechado, mas o mexicano deixou claro que seus patrocinadores estavam buscando outras oportunidades em um mercado que tem as duplas de Mercedes, Ferrari e Red Bull sem alterações para 2017. Em Monza, contudo, o piloto disse que “não há nada oficial, mas espero poder anunciar logo. É muito improvável que algo mude, mas nunca se sabe.”

O mexicano estava cotado para uma vaga na Renault, que deve ter o francês Esteban Ocon como um de seus pilotos. Para o segundo posto, os chefes do time disseram querer um piloto mais experiente, mas jovem. Essa seria uma porta para Nasr, mas o nome do piloto é pouco comentado.

O mais provável, no momento, é que Nasr fique onde está, na Sauber, embora seu empresário, Steve Robertson, tenha mantido conversas com a Haas. A equipe norte-americana deve continuar com Romain Grosjean, mas está insatisfeita com Esteban Gutierrez e busca um piloto que, a exemplo do mexicano, traga aporte financeiro, mas que obtenha melhores resultados. Gutierrez ainda não marcou pontos em 2016, enquanto o companheiro soma 28.

Na Sauber, a situação deve melhorar em relação a este ano, devido ao investimento trazido pelos novos compradores. Porém, a demora nas negociações atrasou o início do projeto para o ano que vem.

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