Para Fittipaldi, crise e política afetam desempenho do Brasil na Fórmula 1
Emerson Fittipaldi fez duras críticas à relação entre a classe política brasileira e o incentivo ao esporte, em especial ao automobilismo. Em entrevista publicada nesta sexta-feira (14) ao jornal italiano Corriere dello Sport, o bicampeão mundial de Fórmula 1 associou a falta de pilotos brasileiros na categoria à situação econômica brasileira.
“Meu país está em grave crise. Não há mais patrocinadores que apoiem jovens atletas. A corrupção está desenfreada. Não há mais interessados no esporte, o que é uma vergonha”, afirmou Fittipaldi, afirmando ter perdido dinheiro no atual momento econômico do Brasil. “O estado entrou em colapso. Precisamos mudar nossa classe política”, acrescentou, sem fazer menção a políticos ou partidos específicos.
O Brasil conta com dois pilotos na atual temporada da Fórmula 1: Felipe Massa (Williams) e Felipe Nasr (Sauber). O primeiro já anunciou que se aposentará da categoria no final de 2016, enquanto o segundo ainda tem seu futuro indefinido. Caso Nasr não consiga uma equipe para 2017, o Brasil ficará sem pilotos na F1, o que aconteceu pela última vez em 1969.
Para efeito de comparação, Emerson citou o México: além de conseguir a volta ao calendário em 2015, o México já tem Sergio Perez confirmado como piloto da Force India em 2017 e tem chances de manter Esteban Gutierrez na Haas. Segundo o brasileiro, o sucesso se deve ao apoio de empresários como Carlos Slim, bilionário do ramo das telecomunicações.
“No México, acontece o contrário (do Brasil): Carlos Slim trouxe de volta o Grande Prêmio, e graças a ele, há dois pilotos (Gutiérrez e Pérez). É um exemplo para toda a América Latina. Então, estou muito decepcionado com o Brasil”, comparou.
Ainda na entrevista, Emerson fez um panorama do atual grid da Fórmula 1. Para ele, Fernando Alonso é “o mais completo” dentre os pilotos, enquanto Lewis Hamilton Sebastian Vettel e Nico Rosberg estariam “todos mais ou menos no mesmo nível”. Max Verstappen, por sua vez, “é um fenômeno”: “vai ser campeão, eu juro”.
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