Topo

Fórmula 1

De investimento alto a segredos da Mercedes: como a Williams se deu bem

Lars Baron/Getty Images
Imagem: Lars Baron/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

10/02/2017 04h00

Os carros de 2017 sequer foram apresentados, mas se dá para dizer que uma equipe se deu bem nos últimos meses, foi a Williams. Por uma série de circunstâncias, o time ganhou muito investimento, novos profissionais e se colocou em uma boa posição política com uma das figuras mais importantes da Fórmula 1 hoje.

Tudo começou com o forte investimento da família Stroll para a promoção do estreante Lance. Depois, o time se aproveitou da necessidade da Mercedes de cobrir a vaga de Nico Rosberg e conseguiu regalias para liberar Valtteri Bottas e, por fim, atraiu engenheiros que serão importantes para o futuro da equipe, que contará com Felipe Massa neste ano ao lado do canadense.

Como a Williams se deu bem em 5 passos:

Investimento pesado
As cifras são desencontradas e vão de 40 a 80 milhões de dólares, mas pelo que foi visto nos últimos meses, o dinheiro vindo da família Stroll parece ser quase infinito. Além de investir para ter a vaga em si, os canadenses vêm pagando por extensas sessões de testes para o estreante Lance, incluindo a presença de Bottas ano passado e de Felipe Massa nas últimas semanas. Ainda que não se saiba a quantia exata, é fato que o orçamento do time para os próximos anos aumentou consideravelmente.

Simulador novo
Um fruto direto deste investimento é o novo simulador, comprado e desenvolvido sob encomenda dos Stroll. Ano passado, como o software estava configurado para a Fórmula 3 Europeia, categoria facilmente vencida por Lance, o uso estava restrito ao canadense. Desde o final do campeonato, contudo, inicialmente Bottas e agora Massa podem contar com a novidade, importante para avaliar as mudanças de regulamento desta temporada, pois conta com alta precisão.

Paddy Lowe e os segredos da Mercedes
A Williams também atraiu o ex-diretor técnico da Mercedes, Paddy Lowe, que esteve na equipe tricampeã do mundo em todas suas conquistas. Apesar de não ser o projetista, Lowe domina, por exemplo, os conceitos que levaram o time a desenvolver o sistema de suspensão tido como um dos pilares de seu sucesso, assim como as configurações de motor específicas dos fornecedores, lembrando que a Williams também usa motor Mercedes.

O melhor motor, e de graça
Por falar em motor, a necessidade da Mercedes cobrir a vaga deixada por Rosberg fez com que a Williams tivesse grande poder de barganha na liberação de Bottas, conseguindo um desconto total - de 17 milhões de dólares - na compra das unidades de potência. Os alemães teriam ajudado financeiramente, inclusive, os ingleses no retorno de Massa.

Novos contratados
Essa nova fase da Williams, que vinha caindo após ter sido uma das equipes que se deram bem, muito em função de terem o motor Mercedes, na mudança de regulamento de 2014, já começou a atrair profissionais de outras equipes. Dirk De Beer, aerodinamicista que fazia parte do time de James Allison na Ferrari, estaria prestes a ser anunciado, enquanto o ex-diretor administrativo da McLaren, Dave Redding, foi confirmado nesta semana. Sua chegada é diretamente ligada à de Lowe.

Os resultados mais significativos devem aparecer em médio prazo, mas a boa fase anima o time para o início desta temporada, marcado para 26 de março, na Austrália. A pré-temporada começa cerca de um mês antes, a partir de 27 de fevereiro.

Fórmula 1