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Nico Rosberg revela dificuldade em revelar aposentadoria ao pai campeão

Steve Etherington/Getty Images
Imagem: Steve Etherington/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

10/02/2017 09h06

Quando Nico Rosberg tomou a decisão de que, caso ganhasse o título de 2016, deixaria a Fórmula 1 no auge, ele não olhou para trás. Falou primeiramente com a esposa Vivian e, após selar a conquista, revelou sua decisão aos chefes e amigos mais próximos. Porém, nada foi mais difícil do que contar a notícia ao pai, Keke, campeão de 1982.

A relação dos dois já tivera seus momentos difíceis, quando o filho lhe pediu, ainda no início da década, para não lhe acompanhar mais com tanta frequência nas corridas.

“Consigo ver com minha filha agora: é difícil deixá-la tomar suas decisões. Muito difícil. Não foi fácil porque ele tinha muita experiência e queria me dar isso e me proteger do ambiente difícil da F-1”, afirmou Nico ao Daily Mail.

A solução encontrada pelo agora ex-piloto foi contar com a ajuda da mãe, Sina. “Só depois falei com meu pai mais detalhadamente. Falamos de coisas profundas, mas ele me disse que estava feliz se eu estivesse feliz.”

A família Rosberg é a segunda com dois campeões do mundo mas, ao contrário dos Hill - Graham e Damon, Keke foi o primeiro que viu o filho conquistar o título. “Fico feliz que podemos dividir isso, de termos conquistado o mesmo feito. Ele é o único pai que estava vivo para ver o filho campeão e isso me dá orgulho”.

Vida de privações
Pouco mais de dois meses depois da decisão que surpreendeu o mundo da F-1, Rosberg se mostra animado com as perspectivas da nova vida e relembra os esforços que teve de fazer para superar Lewis Hamilton na temporada 2016 após perder nos três anos anteriores, em que ambos foram companheiros na Mercedes.

“Parei de pedalar no verão [europeu] para perder um quilo”, revelou. “Na corrida seguinte eu estava na pole em Suzuka por um centésimo. Um quilo vale três centésimos por volta. Então estava na pole graças aos músculos que tinha perdido na perna. Isso me deu a vitória [no GP do Japão]. Tive de trabalhar detalhes como este”, revelou.

Mas o mais difícil para o alemão era o sacrifício na relação com a filha, de um ano e meio. “Se nossa filha precisava de algo, Vivian estaria lá. Eu nunca tinha passado por um momento difícil junto da minha filha. Eu estava tentando lidar com o jet-lag o tempo todo. Era horrível. E Alaia sabia que o papai não podia ser atrapalhado. Ela estava tão impregnada com esse conceito que sempre que ela vinha para perto da minha cama estava com o dedo na frente da boca fazendo sinal de silêncio. Agora posso participar mais e ela dá mais amor de volta. É incrível que ela saiba quando você está sofrendo com ela.”

Além da nova ‘carreira’ de pai, Rosberg está avaliando quais os próximos passos em seu futuro. “Estou animado com liberdade que eu tenho. Quando estava correndo é como se estivesse numa roda de hamster, uma roda boa, é verdade, e fico agradecido pelo que isso me deu. Mas não mudaria nada no que eu fiz.”

Rosberg será substituído pelo finlandês Valtteri Bottas na temporada que começa dia 26 de março.

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