Ele é polêmico e pode estar com os dias contados: saiba tudo sobre o halo
A Fórmula 1 e outras categorias ligadas à FIA estreiam neste ano uma das novidades mais polêmicas dos últimos tempos: o halo, proteção adicional para a cabeça dos pilotos, muito criticada por piorar o aspecto visual dos carros ao mesmo tempo em que não garantiria que os dois acidentes mais graves da F-1 dos últimos 10 anos - de Felipe Massa, na Hungria em 2009 e de Jules Bianchi no Japão em 2014 - teriam consequências mais leves.
6 perguntas sobre o halo:
Ele veio para ficar? Provavelmente, não. Mesmo com a decisão pela adoção do halo, é consenso que ele não é a melhor solução, apenas o que pôde ser desenvolvido até o momento. Existe a possibilidade, portanto, de que algum tipo de visor semelhante a aviões de caça seja adotado para ano que vem.
Previne todos os acidentes? Não. A ideia do halo é evitar que pneus e outros objetos grandes (como asas, por exemplo) se choquem contra a cabeça dos pilotos. Em relação a objetos pequenos, como a mola que atingiu Massa em 2009, o halo protege em 17% dos casos. Mas ele não garante que o piloto escape ileso em acidentes de forte desaceleração, como foi o caso de Bianchi. “Nenhuma proteção que cubra o cockpit poderia ajudar naquele caso”, reconheceu o diretor de provas da F-1, Charlie Whiting.
Prejudica a visão dos pilotos? Em certa medida, sim, embora a grande maioria tenha relatado que, com o tempo, se acostumou a ter uma haste em seu campo de visão. Houve pilotos, como Romain Grosjean, por exemplo, que disseram terem tido enjoo ao pilotar com o halo, ou dificuldade de olhar algo que está muito distante à frente. E existe a dúvida do que acontecerá em lugares onde há subidas ou descidas íngremes, como na famosa Eau Rouge, na Bélgica. Porém, de acordo com Whiting, “na comparação com um carro protótipo, a visibilidade é extremamente boa.”
Vai ser mais difícil sair do carro? No final do ano passado, vários pilotos fizeram testes de extração para determinar em quanto tempo conseguiriam sair do carro em caso de acidente, e especialmente os mais altos tiveram mais dificuldade, mas nada que preocupe a direção de prova. O pior cenário seria um carro capotado e em chamas, como explica Whiting. “Porém, em uma situação dessas, o piloto não sairia sozinho de qualquer jeito. Seria um caso dos fiscais de pista virarem o carro e é o tipo de coisa que se vê regularmente nestas situações.”
Afeta o desempenho do carro? Sim, e os engenheiros dizem que a principal dor de cabeça é o peso adicional “É um equipamento muito pesado porque não é só a peça em si, mas também a estrutura que temos de colocar para suportar as cargas. Aumentaram o peso mínimo do carro, mas não o suficiente para abater o impacto do halo”, explicou o diretor técnico da Williams, Paddy Lowe. Além disso, há um impacto aerodinâmico e menos ar será jogado para a entrada que alimenta o sistema de arrefecimento do carro e fica logo acima da cabeça do piloto.
Todos os halos serão iguais? Não. Apesar de, quando o sistema foi testado, na maioria das vezes a versão totalmente preta foi usada, as equipes poderão usar parte do halo para publicidade e, inclusive, poderão colocar pequenas aletas para melhorar a aerodinâmica de acordo com as necessidades do projeto de cada carro. Tais asas são permitidas em uma área restrita na parte de cima do halo e já foram usadas pela McLaren no teste realizado em Abu Dhabi logo após o final da temporada 2017.
Os carros da temporada 2018 da F-1 começam a ser lançados no final de fevereiro, e vão à pista do Circuito da Catalunha, em Barcelona, em duas baterias de quatro dias de testes de pré-temporada entre 26 de fevereiro e 9 de março. O campeonato começa com o GP da Austrália, dia 25 de março.
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