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Ex-piloto da Williams: grid girls não me ofendiam, mas saída é passo certo

Susie Wolff lembrou importância de grid girls, mas apoiou mudança anunciada pela Liberty - JOSEP LAGO/AFP
Susie Wolff lembrou importância de grid girls, mas apoiou mudança anunciada pela Liberty Imagem: JOSEP LAGO/AFP

Do UOL, em São Paulo

01/02/2018 18h13

A decisão de banir as grid girls da Fórmula 1 a partir da temporada 2018, anunciada nesta quarta-feira pela Liberty Media, tem dividido a categoria. E mesmo as poucas mulheres atuando na F-1 nos últimos anos adotaram uma postura ambígua a respeito do assunto.

É o caso de Susie Wolff, que ocupou os postos de piloto de desenvolvimento e de testes da Williams entre 2012 e 2015. Em artigo publicado pelo site da emissora BBC nesta quinta-feira, a escocesa disse jamais ter se incomodado com a presença de grid girls em diversas categorias.

“Em minha posição como uma mulher no automobilismo durante os últimos 25 anos, o uso de grid girls não foi algo que me ofendeu”, explicou. “Tampouco era algo que eu via como uma das prioridades da Fórmula 1 para permitir que o esporte evolua.”

Em seu texto, Susie discorreu a respeito da importância histórica e cultural das modelos em questão no automobilismo internacional. Citou inclusive a relação amistosa com as contratadas durante sua atuação na DTM entre 2006 e 2012.

“Grid girls eram uma tradição no esporte. Na maioria das corridas, elas estão bem vestidas para representar marcas luxuosas. No Grande Prêmio da Áustria, elas usam um vestido tradicional (o dirndl); por isso, era uma honra ser escolhida como grid girl para este GP de Fórmula 1”, explicou.

Ainda assim, a corredora britânica defendeu a posição dos detentores dos direitos comerciais da Fórmula 1, que pretendem desvincular as grid girls da imagem do esporte.

“Isto (a decisão) não vai mudar da noite para o dia a falta de representatividade feminina no automobilismo, mas pode ser um passo na direção certa? Acredito que sim”, escreveu Susie, representante de uma organização que tenta promover talentos femininos no automobilismo.

“Vamos levar as mulheres de sucesso ao esporte e transforma-las em modelos que inspire outras. Vamos levar estudantes aos carros de Fórmula 1 e mostrar a elas que é possível sonhar. Vamos aumentar o número de meninas e mulheres talentosas que entram no esporte”, acrescentou.

Por fim, a escocesa se disse “curiosa e esperançosa” com a mudança promovida pela Liberty. “As grid girls são passado, gostemos ou não, mas o mais importante é: o que vem a seguir?”

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