Fittipaldi fala em recuperação financeira lenta e culpa política do pré-sal
Bicampeão mundial de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi passa por problemas financeiros. As dívidas começaram a aumentar em 2007, quando investiu em uma usina de etanol que quebrou após a mudança de política do governo federal que passou a investir na exploração do ‘pré-sal’.
Fittipaldi decidiu abrir uma usina de etanol no interior do Mato Grosso do Sul há 11 anos. A usina não chegou a ser construída, mas ele elaborou o projeto e comprou as terras. O investimento saiu caro e, apenas nesse processo, teve um prejuízo de R$ 7 milhões.
“Nunca expliquei, mas começou porque eu perdi dinheiro com uma usina. Porque o projeto do governo era incentivar o etanol. Aí, quando apareceu o pré-sal, a Petrobrás e o governo queriam ganhar muito mais dinheiro. Quebraram todos os usineiros e eu junto. Foi aí que entrei em banco e foi a história”.
Fittipaldi apostou no etanol na época em que o setor cresceu no Brasil. Era uma época de investimentos, o preço do petróleo estava subindo e havia pressão sobre a indústria automobilística para a fabricação de carros flex. Tudo isso dava competitividade ao combustível vindo da cana e muitas usinas foram abertas no período.
Mas a crise de 2008 prejudicou o momento de expansão. O governo do então presidente Lula adotou políticas que prejudicaram o setor, como associar o combate à inflação ao controle do preço da gasolina. Uma das medidas foi reduzir o imposto Cide sobre o combustível fóssil. somando essas medidas com a descoberta das reservas de petróleo no pré-sal brasileiro, o etanol perdeu importância na política energética do governo do PT.
Emerson acredita que foi muito prejudicado pelo cenário econômico do país e acredita que a situação do país vá melhorar com a mudança do governo. Durante as eleições, declarou apoio a Jair Bolsonaro e foi uma figura ativa na campanha do presidente eleito. Chegou a visitá-lo no hospital Albert Einstein, em São Paulo, enquanto se recuperava após levar uma facada. Emerson ainda ofereceu conselhos ao presidente.
Agora, o ex-piloto diz que está trabalhando para renegociar com credores e quitar dívidas. “Estou trabalhando para recuperar. Recuperando devagar. Com um Brasil melhor, vou ter mais chance de recuperação. Mas estou trabalhando, vamos recuperar tudo. Com trabalho, com saúde, com Deus e com fé. Se Deus quiser”.
Emerson Fittipaldi viu suas dívidas acumularem não apenas por apostar na usina de etanol. Ele também investiu em produção de laranjas e trouxe a prova automobilística "6 Horas de São Paulo" para a capital paulista. Mas nada deu certo. Em entrevista à TV Globo, ele já declarou que as dívidas chegaram a R$ 25 milhões.
Por conta dos problemas judiciais, Emerson Fittipaldi teve penhorados até objetos de valor pessoal como troféus que conquistou como piloto e carros que usou em competições importantes do automobilismo.
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