Topo

Fórmula 1

Haas usa testes para pressionar FIA a liberar Pietro Fittipaldi para a F-1

Pietro Fittipaldi conversa com Guenther Steiner durante teste no Bahrein - Andy Hone/Haas F1 Team
Pietro Fittipaldi conversa com Guenther Steiner durante teste no Bahrein Imagem: Andy Hone/Haas F1 Team

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

03/04/2019 04h00

O brasileiro Pietro Fittipaldi é, de longe, o piloto de testes que mais andou entre todas as equipes da Fórmula 1 nesta temporada. Afinal, ele está na pista nesta quarta-feira no Bahrein, onde a categoria realiza seu primeiro teste desde que o campeonato começou, deu 20 voltas na terça-feira e também foi o único não titular a participar da pré-temporada, no Circuito da Catalunha, na Espanha, em fevereiro.

Mas o que está por trás dessas contínuas oportunidades que a Haas dá a Fittipaldi de pilotar um Fórmula 1? Há dois fatores: primeiramente, o piloto foi contratado para desenvolver o projeto de simulação próprio da Haas, que hoje se divide entre as estruturas da Dallara - empresa que faz o seu chassi - e a Ferrari, sua grande parceira.

Mas há também outro motivo, revelado ao UOL Esporte por Guenther Steiner, chefe do time: provar para a Federação Internacional de Automobilismo que o brasileiro tem condições de obter a superlicença, uma espécie de carteira de motorista para pilotos de F-1, mesmo sem atender aos requisitos atuais.

Pietro tem mais do que os 18 anos requeridos, mas não tem pelo menos 80% disputados nos últimos dois anos em uma categoria e não tem os 40 pontos acumulados, algo que depende de sua colocação nos últimos campeonatos. Isso porque, depois de conquistar a World Series em 2017, ele optou por disputar várias categorias ao mesmo tempo em 2018, em campeonatos grandes, de Indy ao Mundial de Endurance, mas sofreu um acidente em maio e ficou muito tempo fora das pistas. E, neste ano, está com dificuldades de encontrar um campeonato para correr, pois precisa estar à disposição da Haas em todos os 21 GPs da Fórmula 1.

Dentro deste cenário e querendo Fittipaldi também como piloto reserva - ou seja, abrindo a possibilidade dele substituir os titulares Romain Grosjean e Kevin Magnussen em caso de necessidade, o chefe da Haas afirmou que está conversando com a FIA para que o caso do brasileiro seja estudado.

"Na F-1, não há muitos pilotos jovens disponíveis com uma superlicença, então acho que seria uma boa forma de conseguir uma superlicença para ele porque, se um de nossos pilotos tiver algum problema, ele poderia correr. No momento, ele não pode fazer isso. Por isso, estamos forçando junto à FIA para ele conseguir essa superlicença para tê-lo como reserva", afirmou Steiner ao UOL Esporte.

Fittipaldi confirma que existe esse trabalho de ganhar quilometragem junto aos titulares nos testes para conseguir a liberação para correr, mas diz que ainda não desistiu do caminho 'natural'.

"Depende de muita coisa. Sei que já é tarde, mas ainda estou procurando alguma categoria para correr que funcione bem com o calendário da equipe, já que minha prioridade é deles. Mas não estou na Fórmula 1 só para ser um piloto de testes. Eu quero um dia ser campeão, estar no grid. Claro que a superlicença é muito importante e estamos trabalhando para isso", disse o brasileiro ao UOL Esporte.

Nos testes desta semana, no Bahrein, Pietro está acompanhado pelo irmão Enzo, que é membro da academia de pilotos da Ferrari e vai competir neste ano na F-3 Regional, depois de vencer a F-4 Italiana ano passado.

Emerson Fittipaldi elege os 5 maiores do automobilismo. Senna está na lista

UOL Esporte

Fórmula 1