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Fórmula 1

Papa reconheceu capacete de Ayrton Senna ao receber busto do tricampeão

Emanuel Colombari

Do UOL, em São Paulo

20/04/2019 04h00

A família Senna viveu um dia muito especial na última quarta-feira (17). Bianca Senna Lalli, sobrinha de Ayrton Senna, esteve no Vaticano e entregou ao papa Francisco um busto retratando o ex-piloto. A obra, que levava o nome de "Meu Ayrton", foi feita por Paula Senna Lalli, irmã de Bianca, sob encomenda de Neyde Senna, avó das duas e justamente a mãe do tricampeão de Fórmula 1.

O fato teve um significado forte para os familiares de Ayrton. Não só porque a morte do piloto completa 25 anos no dia 1º de maio, como também pela religiosidade que a família carrega - a entrega ao papa foi feita justamente na Semana Santa. E para Bianca, o gesto foi muito simbólico também junto aos fãs.

"O Ayrton, apesar de não estar aqui há 25 anos, é uma memória muito ativa nas pessoas. Uma memória emocional muito grande - não só no brasileiro, mas no mundo. Quando acontece um evento desses, de a gente poder entregar um busto que representa ele, uma representação bem parecida dele, e vê o tanto que as pessoas se emocionam, mandam recados, fazem posts, quanto a imprensa deu de espaço... A gente vê o quanto ele ainda está muito vivo na memória das pessoas, na vontade de poder participar desses 25 anos, dessa homenagem, dessa memória", contou Bianca, diretora do Instituto Ayrton Senna, em entrevista ao UOL Esporte, destacando ainda a importância de "reviver um pouco do que o Ayrton nos fez sentir a cada domingo de manhã".

Encomendada em 2016 pela avó Neyde, o busto foi feito por Paula com base em fotos de Ayrton Senna e em memórias - não só as dela, mas também as de familiares. A própria escultora, que realizou a obra durante sua primeira gravidez, levaria o presente ao Vaticano, mas como ganhou recentemente seu segundo filho, foi representada pela irmã. Um capacete idêntico ao usado pelo piloto durante sua carreira na Fórmula 1 também foi dado.

Paula Senna Lalli e a escultura 'Meu Ayrton' - Instituto Ayrton Senna/Divulgação - Instituto Ayrton Senna/Divulgação
Autora obra, Paula não pôde viajar ao Vaticano por causa do nascimento recente de seu segundo bebê
Imagem: Instituto Ayrton Senna/Divulgação

A entrega ao papa foi intermediada pelo empresário Cláudio Giovanonni, amigo da família. Na quarta-feira, dia de uma audiência semanal na Praça São Pedro, Bianca esteve entre as milhares de pessoas presentes. No entanto, conseguiu um lugar próximo pontífice para a entrega - segundo ela, "era literalmente do lado de onde ele fazia o sermão".

"Tinha algumas pessoas que também iriam poder cumprimentar o papa, pedir bênção. Eu fui a última justamente porque tinha o busto e o capacete para entregar ao mesmo tempo. Os seguranças lá me ajudaram a segurar as peças, porque obviamente a gente não ia fazer o papa segurar - o busto era pesado, tinha 20 kg", contou Bianca.

"Teve um sermão superbonito no qual o papa falou de amor e também superação, o quanto é importante você pedir a Deus, estar próximo de Deus quando está passando por uma dificuldade. Acho que não poderia ser mais perfeito, porque o Ayrton fazia exatamente isso. O Ayrton era uma pessoa muito ligada a Deus, tinha um relacionamento muito próximo com Deus. Não deixa de ser a semana da Páscoa. Estar no Vaticano nos 25 anos (da morte do Ayrton), entregando um busto da minha irmã, com um sermão desses, acho que não poderia ter sido mais especial", completou.

Bianca Senna e papa Francisco - HO/AFP - HO/AFP
Papa Francisco recebeu escultura e capacete entregues pela família Senna
Imagem: HO/AFP

Embora imagens da escultura tenham sido apresentadas antes da viagem, a obra só foi exibida ao público no encontro entre Bianca e o papa Francisco. Agora pertencente ao acervo do Vaticano, o presente surpreendeu o líder católico no rápido encontro.

"Ele estava de pé havia uma hora e meia, estava quente. E aí eu tinha que explicar para ele: mostrei o busto, o capacete. Ele entendeu melhor quando eu mostrei o capacete, que ele identificou", contou ela. "Expliquei que era uma obra da minha irmã, que queria deixar com ele, que era uma honra poder estar com ele e entregar essa obra para ele. Ele elogiou, falou que era muito bonita e agradeceu muito pelo presente."

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