Topo

Fórmula 1

Pneus deixam Ferrari "na mão", mas equipe nega que esteja perdida em 2019

Sebastian Vettel, piloto da Ferrari na Fórmula 1, durante GP do Azerbaijão - Anton Vaganov/Reuters
Sebastian Vettel, piloto da Ferrari na Fórmula 1, durante GP do Azerbaijão Imagem: Anton Vaganov/Reuters

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

01/05/2019 04h00

Entender um pneu que precisa estar em uma janela de temperatura muito estreita para funcionar bem tem feito uma diferença considerável a favor da Mercedes no campeonato da Fórmula 1 até aqui em 2019. Enquanto os ferraristas dizem que não têm problemas fundamentais no carro e acreditam no seu potencial, seus rivais fizeram as dobradinhas nas quatro primeiras etapas, algo inédito na história da categoria.

Embora o time tenha sido criticado pelas estratégias neste ano, especialmente na etapa do último final de semana, no Azerbaijão, essa questão dos pneus ficou ainda mais clara. Nos treinos livres, enquanto fazia mais calor na pista, os carros da Ferrari dominaram. Mas a situação mudou em seguida.

VEJA TAMBÉM:

Na classificação, os carros da escuderia começaram bem, também com a pista mais quente. Mas no final da tarde, ainda mais depois de Charles Leclerc bater, tudo mudou: única Ferrari na parte decisiva da classificação, Sebastian Vettel reclamou que faltou aderência na parte inicial da volta - quando seus pneus ainda não tinham aquecido. Só aí ele perdeu três décimos em relação às Mercedes e acabou em terceiro no grid.

Na corrida, foi a mesma história. E Vettel chegou a falar no rádio que estava "se cagando" com os pneus, pois a falta de aderência era tanta que ele achou que ia parar no muro.

"A primeira parte da corrida foi horrível, o carro estava muito inconsistente", disse o alemão ao UOL Esporte. Na segunda metade, com pneus mais duros, o comportamento do carro melhorou, mas as Mercedes já tinham escapado e terminaram com mais uma dobradinha.

"Certamente, eles têm um carro um pouco melhor, mas não acho que a diferença seja grande e os resultados não estão refletindo o potencial real dos carros", assegurou o chefe da Ferrari, Mattia Binotto. "Nós tínhamos o potencial para fazer a pole, e se você tem um carro rápido o suficiente para fazer isso, você tem um bom carro no geral."

O mistério do comportamento da Ferrari é ainda mais difícil de ser resolvido porque Leclerc diz que está se sentindo confortável e não culpou os pneus pelo acidente do sábado.

"Talvez precisemos trabalhar um pouco mais no ritmo de corrida. Na classificação, a sensação era sensacional. Na corrida, há alguns problemas de equilíbrio, mas eles são pequenos e tenho certeza de que, se trabalharmos, vamos superar isso. Concordo com Mattia, acho que tínhamos o potencial para fazer a pole e joguei no lixo nossas chances ao bater. Assumo a responsabilidade e, na corrida, era o máximo que podíamos fazer de onde largamos", disse o piloto monegasco, que saiu em oitavo e chegou em quinto.

"Temos muitas coisas positivas para tirar do fim de semana: a classificação foi muito melhor do que na China e o ritmo de corrida esteve muito mais próximo da Mercedes. Agora precisamos nos certificar de que estaremos ainda mais fortes na Espanha."

A reação da Ferrari, contudo, não pode mais esperar muito. Terceiro no campeonato, Vettel já tem 35 pontos de desvantagem para o líder Bottas, e a Ferrari está a 74 pontos da Mercedes entre os construtores.

A próxima etapa será dia 12 de maio, na Espanha, e a Mercedes deve trazer atualizações no carro. Já a Ferrari continua seu trabalho depois de ter levado novidades para Baku para tentar gerar mais pressão aerodinâmica e, com isso, aquecer melhor os pneus.

Fórmula 1