Após estreia, categoria 100% feminina negocia para abrir corridas da F-1
A categoria 100% feminina W Series acabou de fazer sua primeira corrida, no circuito de Hockenheim, no último final de semana, mas já está sonhando grande: um dos promotores do evento, David Coulthard, afirmou que as conversas para que o evento sirva como uma das provas de abertura da Fórmula 1 já começaram.
O escocês revelou, inclusive, que o GP da Austrália propôs receber a etapa de abertura do campeonato, mas os demais membros do comitê organizador acharam arriscado estrear sob os holofotes.
"Eles nos queriam para a primeira corrida. É um evento financiado pelo governo, então, para eles, não era um problema nos levar lá", disse o ex-F1.
"Eu fiquei super empolgado: 'Temos que ir para a Austrália, na primeira corrida [do campeonato da F-1]'. Mas a equipe falou: 'mas se a gente não acertar a mão por qualquer motivo?'. E foi a decisão certa."
A W Series é destinada a dar mais oportunidades a mulheres nas categorias de base do automobilismo, usando carros de F-3. Dezoito pilotos foram selecionadas para a temporada de abertura, e a britânica Jamie Chadwick, que vem da F-3 Britânica, dominou a etapa de abertura.
Nesta primeira temporada, a estratégia da W Series foi se filiar à DTM, campeonato alemão de turismo, fazendo seis corridas juntamente com a categoria, além da etapa que vai encerrar o campeonato, em Brands Hatch, na Inglaterra, em agosto.
Coulthard abriu a possibilidade da W Series fazer parte, no futuro, de finais de semana em que as corridas de abertura não são definidas pela F-1 - o que ocorre geralmente nas etapas disputadas fora da Europa, ou seja, que não sediam a F-2 e a F-3. Mas ele também acredita que a Liberty Media, que controla a F-1, pode se interessar pela W Series.
"Acho que a categoria casa perfeitamente com os donos e tudo o que eles defendem e o que eles estão fazendo. Já tivemos algumas conversas e eles querem ver como o campeonato de desenvolve."
Outra possibilidade é que a W Series passe a contar pontos para a superlicença que os pilotos precisam ter para competir na F-1. Para tanto, os pilotos precisam ter pelo menos 40 pontos e os títulos nos campeonatos regionais de F-3 - categoria em que a W Series se enquadraria - valem 10 pontos. Ou seja, ser campeã da W Series não levaria, diretamente, a piloto a chegar à F-1, mas ajudaria na pontuação.
Mesmo ainda dando seus primeiros passos, a W Series é uma categoria polêmica, pois há quem a veja, como Tatiana Calderón, atualmente na Fórmula 2, como uma forma de segregar as mulheres de um esporte em que elas sempre competiram ao lado dos homens.
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