F1: Petrobras não gasta R$ 782 mi em publicidade. Entenda post de Bolsonaro
Ontem (17), o presidente Jair Bolsonaro postou no Twitter que a Petrobras assinou contrato de publicidade de R$ 782 milhões com a McLaren na Fórmula 1 por cinco anos - equivalente a quase 30 milhões de libras anuais. E que, por iniciativa de seu Governo, a estatal busca uma maneira de rescindir o vínculo com a equipe. O valor apontado, no entanto, não corresponde com o que realmente é investido em propaganda na categoria automobilística.
O UOL Esporte apurou que a Petrobras gasta anualmente 10 milhões de libras anualmente (algo em torno de R$ 52,1 milhões) com publicidade para 2018, 2019, 2020, 2021 e 2022. Vale destacar que o acordo que totaliza R$ 260 milhões em valores atuais foi firmado pelo Governo de Michel Temer, em fevereiro de 2018.
Além do valor investido em propaganda, há um contrato de desenvolvimento e fornecimento de combustíveis, óleos e lubrificantes a partir deste ano. A gasolina brasileira, no entanto, ainda não vem sendo utilizada pela equipe.
Desde novembro do ano passado, a McLaren usa o óleo de transmissão desenvolvido pela petrolífera brasileira e o time diz esperar poder utilizar o combustível no futuro. Com isso, a Petrobras segue com um grande investimento para aprimorar o produto, o que aumenta em alguns milhões o gasto da empresa. Mesmo assim, não se pode afirmar que o valor chega próximo ao divulgado por Bolsonaro - como "publicidade".
Para efeito de comparação, estima-se que o valor do acordo entre Mercedes e sua parceira, a Petronas, da Malásia, supere os 170 milhões de reais no ano. A petrolífera cede combustível para o time alemão e tem ampla divulgação de sua marca.
O ministro da cidadania, Osmar Terra, chegou a dizer que o Governo não considera satisfatório o gasto de 10 milhões de libras "para ter o nome pequenininho no capacete". Um novo equívoco. Uma vez que as ativações envolvem estampar a marca da Petrobras também nos macacões, carros e todo o merchandising da equipe. Além dos investimentos técnicos para disponibilizar combustível a uma das equipes mais tradicionais do mundo.
O desenvolvimento de um novo combustível de ponta não é considerado como um gasto pelo corpo técnico da Petrobras. A companhia fala em "investimento", uma vez que a gasolina testada e aprovada acaba sendo posteriormente utilizada em outros mercados. A gasolina top de linha "Podium", por exemplo, é fruto de um desenvolvimento feito à época da parceria com a escuderia Williams.
A equipe de Fórmula 1 ainda trata as declarações do Governo sobre o rompimento como "boatos" e diz que não foi notificada pela empresa.
Procurada pela reportagem, a Petrobras também não quis comentar o caso. O portal de transparência da empresa coloca à disposição o valor investido em patrocínio. O montante relacionado à McLaren, no entanto, não foi encontrado.
*Colaboraram Patrick Mesquita e Pedro Ivo Almeida, do UOL, em São Paulo
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