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"Precisamos de um milagre": Hamilton fez drama na corrida de Mônaco?

Pódio do GP de Mônaco, com Sebastian Vettel, Lewis Hamilton e Valtteri Bottas - Gonzalo Fuentes/Reuters
Pódio do GP de Mônaco, com Sebastian Vettel, Lewis Hamilton e Valtteri Bottas Imagem: Gonzalo Fuentes/Reuters

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

28/05/2019 12h00

O GP de Mônaco de Fórmula 1, disputado no último domingo, ficou marcado pelas mensagens via rádio muitas vezes desesperadas de Lewis Hamilton, questionando a estratégia da equipe Mercedes e pedindo que o chamassem para trocar os pneus. Mas, mesmo com toda a dificuldade, o inglês segurou o ataque de Max Verstappen e venceu a prova de ponta a ponta.

As reclamações começaram ainda na volta 21 de 78, apenas dez depois que a Mercedes optou por usar os pneus médios ao invés dos duros, mais resistentes e que foram escolhidos pelos rivais mais próximos de Hamilton. Assim que foi feita a troca, a equipe pediu que Hamilton diminuísse o ritmo para conseguir ir até o final sem ter de fazer outra parada.

Mas, a partir da volta 40, Hamilton começou a se desesperar. "Minha situação não está boa", avisou o inglês que, dez voltas depois e com mais de 25 para o fim, disse que "o dianteiro esquerdo acabou, estou numa enrascada grande! Vamos perder essa corrida, esses pneus morreram! Não vou conseguir manter o Verstappen atrás de mim."

Neste ponto, a Mercedes tinha percebido que optar pelo pneu médio tinha sido um erro mas, sabendo que é muito difícil ultrapassar em Mônaco e que um pit stop custaria pelo menos quatro posições, o trabalho do engenheiro de Hamilton passou a ser tranquilizar o piloto. "Max esteve atrás de você a corrida inteira, Lewis", dizia Peter Bonnington, ao que o piloto respondia que eles "precisavam de um milagre" para chegar até o fim.

Depois da corrida, Hamilton admitiu que fazer outro pitstop não estava nos seus planos. "Eu não ia parar porque lembrava de ter uma vantagem de 20s aqui em Mônaco, ter parado, e perdido a corrida. Eu ia ficar com aqueles pneus até que eles explodissem."

Hamilton tem histórico de dramatizar nas reclamações sobre os pneus e as estratégias quando sente que a equipe errou mas, em Mônaco, de fato, após o equívoco da equipe, a única chance que eles tinham de vencer era se Hamilton aguentasse a pressão de Verstappen e não batesse. Algo que se tornou um desafio nas últimas voltas, pois ele já não tinha mais borracha no pneu dianteiro esquerdo, que serve de apoio para fazer as curvas para a direita.

"Eu quase bati pelo menos umas 25 vezes", disse ao UOL Esporte. "Quando eu tentava virar para a direita, o carro simplesmente não ia. Na curva do Cassino, quase bati em todas as voltas desde mais ou menos a 45ª."

Isso era visível na Ste Devote e no hairpin da Lowes, pois o tipo de desgaste sofrido por Hamilton diminui a aderência na superfície do pneu. Porém, era difícil para Verstappen se aproveitar pela diferença de velocidade de reta no túnel, grande ponto de ultrapassagem do circuito.

O piloto da Red Bull chegou a tentar uma manobra a duas voltas do final, mas estava muito longe e eles se tocaram levemente, continuando nas mesmas posições até a bandeirada. "Lewis nos salvou hoje", definiu o chefe da Mercedes, Toto Wolff. "Dava para ver que o carro já não estava virando direito no final."

O resultado fez com que Hamilton abrisse 17 pontos de vantagem para Valtteri Bottas, que foi terceiro em Mônaco.

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