Donos da Fórmula 1 tentam recuperar crescimento após perdas milionárias
Quando a empresa norte-americana Liberty Media comprou a Fórmula 1 por US$ 4,6 bilhões, no final de 2016, das mãos da CVC, companhia controlada por Bernie Ecclestone, mal sabia onde tinha se metido.
Com necessidade de mudanças e um modelo comercial explorado em seu limite, a categoria vem colecionando perdas operacionais, que já atingiram 105 milhões de dólares e devem aumentar neste ano, o que causou nova queda no valor das ações nesta semana. Ações estas que nunca chegaram sequer perto da meta inicial da Liberty, de US$ 47, e atualmente não chegam a US$ 40.
O grande problema enfrentado pela Liberty é a necessidade que os norte-americanos viram de investir na modernização do esporte, ao mesmo tempo em que eles têm dificuldade em aumentar o lucro. Os custos de manutenção aumentaram em 35% nos dois primeiros anos, chegando a US$ 514 milhões.
Quando assumiu como CEO da Fórmula 1, Chase Carey apostava que seria possível explorar os valores de patrocínio mas, dois anos e meio depois, a F-1 tem 15 parceiros, sendo que dois terços dos acordos foram fechados antes da venda. Mais do que isso, Carey hoje já admite que a fórmula de Ecclestone era a melhor: o dirigente declarou recentemente, em reação à queda do valor das ações na bolsa, que quer mais contratos de TV a cabo e segue em sua cruzada contra os times para aumentar o calendário.
Isso porque, hoje em dia, a F-1 ganha mais com as taxas que cobra dos organizadores de GP do que com os direitos de imagem, algo inimaginável na era Ecclestone e que está ligado à exploração do streaming, que diminuiu o valor dos contratos de TV. Porém a categoria está longe da meta de 100 mil inscritos na F1TV (que não está disponível no Brasil devido ao contrato de exclusividade com a Globo), pois a qualidade e estabilidade do aplicativo ainda deixam a desejar. Ou seja, a F-1 vem perdendo terreno na TV e falhando em conquistar a internet.
O desenvolvimento da F1TV, claro, custa caro e é um dos fatores que vem puxando a alta dos gastos, que deve crescer mais 3,1% neste ano, chegando a US$ 530 milhões. Isso significa que menos dinheiro será distribuído entre as equipes, que receberam no ano passado US$ 913 milhões para dividirem entre si e já sabem que terão menos ano que vem.
E a previsão não é das mais animadoras. Embora o campeonato esteja crescendo, com a expectativa de 22 corridas e calendário recorde para o ano que vem, todas as renovações que vêm sendo assinadas - Inglaterra, Itália, México - ficaram com valores menores do que os atuais, aumentando a pressão por mais provas.
Não por acaso, já no início deste ano começaram os boatos de que a Liberty Media estuda vender a Fórmula 1, mesmo se isso significar perder parte do investimento bilionário. Porém com tanto investimento ainda sendo necessário, é difícil imaginar quem seria o comprador.
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