"Tratamento de Schumacher é totalmente experimental", diz especialista
Resumo da notícia
- Schumacher foi levado para hospital em Paris para um tratamento com células-tronco
- O tratamento é mantido sob sigilo, mas será feito pelo médico Philippe Menasché
- Mesmo com poucas informações, especialista ressalta que o tratamento é totalmente experimental
- Não é possível determinar se o processo dará resultados positivos na regeneração celular do ex-piloto
O "tratamento secreto" ao qual Michael Schumacher está sendo submetido em Paris (França) é um mistério até mesmo para quem pesquisa a área de regeneração celular. Muito além das poucas informações divulgadas à imprensa sobre o procedimento, o tratamento em si é totalmente experimental, e ainda não se sabe como e se poderia ajudar na recuperação do ex-piloto de Fórmula 1, cujo estado de saúde é mantido sob sigilo desde o grave acidente que o deixou em coma em 29 de dezembro de 2013.
Michael Schumacher foi levado para a capital francesa para realizar um tratamento com células-tronco. Segundo o jornal francês "Le Parisien", o tratamento será aplicado pelo especialista cardiovascular Philippe Menasché, pioneiro no uso desse tipo de tratamento para doenças cardíacas, que não fazem parte do provável quadro do ex-piloto.
"É um tratamento de pesquisa sem evidências clínicas para tratamento convencional, não dá para saber quanto tempo, quantas doses, por exemplo. Se vai dar certo ou não, é experimental, totalmente experimental. Não se pode saber no que poderia ajudar. É um tratamento de pesquisa", explicou Ângela Luzo, hematologista e pesquisadora na área de medicina regenerativa da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Ângela ressaltou que, apesar de não ser revelado qual tipo de célula-tronco é usado em Schumacher, os poucos detalhes expostos mostram que se trata de célula-tronco mesenquimal, porque são essas que liberam substâncias que induzem a regeneração.
"Ela libera uma substância para regenerar neurônio, isso consegue se comprovar. Para tentar melhorar o organismo como um todo. Tem artigo falando que esse tipo de célula melhorou o quadro de isquemia cerebral, por exemplo, mas ainda em [pesquisa feita com] animal", analisou.
O médico que conduz o novo tratamento em Schumacher lidera pesquisas nesse sentido, mas sua especialidade é em coração, com trabalho voltado a pacientes com insuficiência cardíaca. "É um médico com uma equipe muito séria. O problema do Schumacher é neuronal, não do coração, e esse médico é especialista em coração. Mas tudo é muito nebuloso, o caso dele é uma tentativa de regenerar o organismo como um todo".
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