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Equipes estudam fazer minicorridas aos sábados já no ano que vem na F1

Hamilton e Bottas dividem curva logo depois da largada - Andrej ISAKOVIC / AFP
Hamilton e Bottas dividem curva logo depois da largada Imagem: Andrej ISAKOVIC / AFP

Julianne Cerasoli

Colaboração para o UOL Esporte

26/09/2019 04h00

Que tal uma minicorrida com os líderes do campeonato no fundo do grid para servir como classificação e definir o grid de largada de algumas corridas escolhidas a dedo durante a temporada da Fórmula 1? A ideia não foi muito bem recebida pelos torcedores, mas está sendo seriamente considerada pelas equipes. E pode, inclusive, fazer parte do campeonato do ano que vem, sendo testada em três etapas do ano.

A proposta apareceu pela primeira vez timidamente em uma entrevista do chefe da Ferrari, Mattia Binotto, ao jornal italiano Gazzetta dello Sport, no início de setembro. "A minicorrida vai para frente, nós apoiamos." Mas o chefe da Racing Point, Otmar Szafnauer, explicou ao UOL Esporte que a situação não é bem essa: os times, em sua maioria, concordaram em pelo menos testar a ideia, mas pediram que a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) respondesse a uma série de ponderações.

As minicorridas funcionariam da seguinte forma: o grid de largada seria a posição invertida do campeonato - ou seja, o líder larga em último e o último é o pole. A prova não passaria de 100km - um terço da prova do domingo - e a ideia inicial é que ela só sirva para formar o grid, sem contar pontos para o mundial.

As questões que as equipes apresentaram à FIA vão do limite de uso de peças como motores, câmbio e pneus, à possibilidade de fazer alterações no carro entre uma corrida e outra, algo que é proibido hoje.

"Mais trabalho será feito para vermos se podemos fazer uma corrida de classificação em, digamos, três corridas. Mas temos de responder muitas perguntas como o que acontece com o parque fechado, o que acontece se o piloto bate, será que teremos de trazer mais peças de reposição e quem vai pagar por isso? Quem vai pagar se a milhagem do motor for um pouco diferente? Mas decidimos continuar investigando", revelou Szafnauer.

Para garantir que as equipes não gastem mais motores e mais pneus, a ideia é que a minicorrida tenha a mesma duração, em termos de quilometragem, da classificação. Isso significa cerca de 100km rodados para os times grandes (o equivalente a um terço da corrida do domingo). "Mas até isso gera discussões porque nem todo mundo chega até o final da classificação."

Szafnauer lembrou ainda que existe a dúvida se a corrida de classificação seria realmente movimentada. "É diferente de ter um cara da ponta largando lá atrás. Isso é divertido de ver porque ele vai abrindo caminho. Mas no caso, como o grid seria a ordem inversa do campeonato, o líder da tabela vai estar lutando com outro carro muito rápido, e não sabemos o que vai acontecer em termos de ter uma corrida movimentada. É uma das simulações que a FIA tem de fazer."

Para que a novidade estreie já na próxima temporada, contudo, é preciso que todas as equipes concordem, o que pode jogar a discussão para 2021, quando é mais difícil que os times aceitem devido às variáveis que as novas regras aerodinâmicas vão jogar na disputa. "A FIA nos disse que não quer perder tempo respondendo todas as nossas questões se alguém já sabe que não vai querer isso de qualquer jeito. Mas todos dissemos para eles seguirem adiante com os estudos e vamos votar quando tivermos essas respostas. Então, pode acontecer."

Fazer mudanças na programação do final de semana é uma das contrapartidas que as equipes pedem para aceitarem o calendário proposto pela Liberty Media de 25 corridas até 2025. Para o ano que vem, o calendário já terá 22 provas, com a pré-temporada sendo diminuída. Paralelamente a isso, o UOL Esporte apurou que a Liberty deseja ter algumas provas com formato diferente para aumentar o interesse ao redor delas e aumentar a imprevisibilidade, e é daí que surgiu a ideia das minicorridas aos sábados.

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