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São Paulo avança em negociações para manter o GP Brasil em Interlagos

Vista aérea a bordo de um helicóptero na chega ao autódromo de Interlagos, em São Paulo - Divulgação
Vista aérea a bordo de um helicóptero na chega ao autódromo de Interlagos, em São Paulo Imagem: Divulgação

Julianne Cerasoli e Demétrio Vecchioli

De Londres e São Paulo

16/10/2019 14h50

A disputa entre São Paulo e Rio de Janeiro para receber a etapa brasileira da Fórmula 1 a partir de 2021 ganhou mais um capítulo há duas semanas, quando um novo projeto para manter a prova em Interlagos foi apresentado, em Londres, ao CEO da categoria, Chase Carey, segundo apurou o UOL Esporte.

O norte-americano recebeu uma comitiva formada pelo atual promotor do GP, Tamas Rohonyi, o Secretário de Turismo da Prefeitura de São Paulo, Orlando Faria, o chefe-executivo da IMM, empresa de eventos esportivos e de entretenimento, Alan Adler, e um representante do fundo de investimentos de Abu Dhabi Mubadala. O objetivo da reunião foi apresentar um novo modelo de negócio para o GP e seguir com a negociações de valores para a renovação do contrato com Interlagos.

Procurada pelo UOL Esporte, a Prefeitura de São Paulo confirmou o encontro e apontou que as negociações avançaram.

A FOM, empresa dona dos direitos autorais da F-1, procurou a cidade de São Paulo no início de setembro e colocou início às negociações, pedindo um valor acima da média que é paga pelos GPs atuais, que é de 25 milhões de euros por ano, para manter a corrida na cidade e requerendo também o afastamento de Rohonyi, antigo aliado de Bernie Ecclestone, da realização da prova, algo que está em pauta desde que a Liberty Media comprou de Ecclestone os direitos comerciais da categoria.

Na contraproposta apresentada a Carey, foi mostrado um novo modelo para a gestão do GP, que ficaria nas mãos da IMM de Adler. O empresário carioca, que realiza eventos como o Rio Open, já tinha mostrado interesse anteriormente em investir na F-1, e agora entraria no lugar de Rohonyi. O pagamento da taxa de realização da prova - algo central nas negociações, uma vez que o Brasil foi dispensado dessa quantia nos últimos anos por meio de um acordo costurado por Ecclestone - ficaria a cargo da empresa, juntamente com a Mubadala. A Interpub, empresa de Rohonyi, contudo, continuaria responsável pela organização do GP por conta de seu know-how.

A proposta financeira apresentada pela comitiva foi rechaçada pela Liberty Media, mas abriu uma nova fase de negociações, agora em um valor mais baixo. Enquanto negocia com São Paulo, a Liberty também espera as novidades do projeto de construção de uma pista em Deodoro, no Rio de Janeiro. A obra ainda não começou, mas a Rio Motorsports pretende entrar no terreno mês que vem, uma vez que o estudo de impacto ambiental no local foi completado há duas semanas.

A intenção da Liberty Media é fechar o novo contrato com o GP Brasil até o final de maio do ano que vem e a expectativa é de que as negociações fiquem em aberto até lá.

O contrato atual do GP Brasil contempla a realização da prova neste ano e em 2020. A corrida está marcada para dia 17 de novembro.

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