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Verstappen coloca em dúvida crescimento da Ferrari: "Não pode continuar"

O próximo GP da F1 será no México. Ano passado, Verstappen venceu, com Vettel em segundo - Henry Romero/Reuters
O próximo GP da F1 será no México. Ano passado, Verstappen venceu, com Vettel em segundo Imagem: Henry Romero/Reuters

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Londres (ING)

19/10/2019 04h00

A Ferrari renasceu na segunda metade da temporada da Fórmula 1, com a série de bons resultados que começou no GP da Bélgica, em agosto, e que já acendeu o sinal de alerta nos rivais, como explicou Max Verstappen ao UOL Esporte.

"Claramente, a Ferrari realmente subiu de produção, principalmente nas retas, e parece que eles estão em outro nível. Mas o que se pode fazer? Você tenta fazer o melhor do seu lado e tentar diminuir essa diferença."

Porém, quando perguntado se isso significa que os rivais teriam de se preocupar com o ritmo ferrarista ano que vem, quando o regulamento da Fórmula 1 se manterá estável, Verstappen foi claro. "Acho que não. Não sei se vamos estar todos igualados, nós, eles e a Mercedes, mas tenho certeza de que o atual rendimento deles não pode continuar."

Questionado por que tem tanta certeza de que a Ferrari vai perder terreno, Verstappen apenas sorriu e disse que não iria comentar.

Não é de hoje que Red Bull e Mercedes desconfiam da legalidade do carro da Ferrari, especialmente de seu motor. O sistema de recuperação de energia ferrarista começou a ser alvo de suspeitas ainda no ano passado, mas os problemas aerodinâmicos que o time teve no início do ano abafaram as suspeitas. Com a melhora do carro nas últimas corridas, contudo, a Ferrari chegou nos rivais e tem se beneficiado da vantagem que tem no motor - algo que aparece principalmente na classificação - para fazer a pole position nas últimas cinco provas e vencer três delas.

Do lado da Red Bull, o chefe Christian Horner afirmou que a equipe já enviou "uma série de perguntas à FIA [Federação Internacional de Automobilismo] mas não recebeu nenhuma resposta".

Na Mercedes, Toto Wolff reconheceu que, depois de seis anos da adoção das unidades de potência híbridas na F-1, a Mercedes já não tem mais o melhor motor. "No momento, Renault, Honda e nós estamos mais ou menos no mesmo nível. Só a Ferrari se destaca, e de uma maneira bastante proeminente."

Em classificações, calcula-se que a vantagem ferrarista ultrapasse os 15km/h. Na corrida, quando se usa uma configuração diferente, ela diminui, mas ainda é importante.

Há várias teorias sobre a origem desta diferença: há quem diga que a parte elétrica está gerando mais quilowatts do que é permitido, há quem defenda que eles estão conseguindo aumentar o fluxo de combustível (que também é regulado) em determinados momentos e também existe o rumor de que o motor está queimando mais óleo que o normal.

O fato é que, mesmo perto de conquistar o hexacampeonato, Lewis Hamilton não acredita que lutará mais por poles até o final do ano. "Eles agora têm um carro muito melhor para a classificação, mas nós desgastamos menos os pneus. Então vai ser sempre uma questão de tentarmos algo para tirar essa vantagem deles nas corridas."

Hamilton precisa marcar 15 pontos a mais que o companheiro Valtteri Bottas para ser campeão já na próxima corrida, no México, dia 27 de outubro. Após a etapa mexicana, a F-1 passa ainda pelos EUA, Brasil e Abu Dhabi.

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