Topo

Fórmula 1

Sexto título reacende polêmica sobre falta de título de Sir para Hamilton

Lewis Hamilton comemora hexacampeonato após GP dos EUA - Peter J Fox/Getty Images
Lewis Hamilton comemora hexacampeonato após GP dos EUA Imagem: Peter J Fox/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em São Paulo

09/11/2019 04h00

O sexto título mundial de Lewis Hamilton, conquistado no último domingo, reacendeu uma questão que vira e mexe envolve o piloto na Inglaterra: por que ele nunca foi condecorado com o título de Sir, o maior da realeza britânica? Ironicamente, um dos principais jornais do Reino Unido, o The Times, publicou um artigo opinativo de meia página listando os maiores atletas individuais da história do país. E Hamilton é o único que tem apenas um MBE (Membro do Império Britânico), que recebeu ainda em 2009, depois do primeiro título na Fórmula 1.

De lá para cá, ele se tornou o segundo maior vencedor da história da Fórmula 1, e caminha para alcançar os números de Michael Schumacher (aos 34 anos, tem seis títulos contra sete do alemão, e 83 vitórias, contra 91), virou uma figura mundialmente, que faz trabalho humanitário especialmente com a UNICEF há mais de uma década e, mais recentemente, tem se engajado fortemente na luta pelo meio-ambiente. Mas, ano após ano, Hamilton não parece fazer o suficiente para estar na lista da rainha Elizabeth II.

Entre os maiores atletas individuais destacados pelo The Times, aparecem representantes de várias modalidades: Andy Murray, vencedor the três Grand Slam e medalhista de ouro olímpico no tênis; Sebastian Coe, vencedor de duas medalhas de ouro olímpicas no atletismo (e há inclusive uma menção a Mo Farah, por quatro vezes medalhista de ouro em olimpíadas, mas cujos resultados têm sido colocado em dúvida depois de um escândalo de doping envolvendo seu treinador); Nick Faldo, quarto golfista com mais sucesso no Masters na história; e Chris Hoy, ciclista com 11 títulos mundiais e seis medalhas olímpicas. Todos eles foram condecorados com o título de Sir, menos Hamilton, que foi colocado em segundo nesta lista, atrás de Murray.

A grande crítica feita a Hamilton é o fato de ele ter fixado residência em Mônaco, evitando pagar impostos na Inglaterra, algo que Faldo também fez, há 24 anos. Entrando no âmbito do automobilismo, há vários exemplos de pilotos que optaram por viver em paraísos fiscais, como Nigel Mansell, que tão logo começou a fazer mais dinheiro na F-1, ainda nos anos 1980, mudou-se para a Ilha de Man, e hoje mora em Guernsey; e Jenson Button, que também fixou residência em Mônaco há mais de 15 anos. Ambos raramente são questionados por isso, ao contrário de Hamilton.

Até hoje, são 120 os atletas britânicos condecorados com títulos de Sir ou Dame. Eles vêm de 17 modalidades diferentes, especialmente críquete (30 títulos), futebol (15) e rugby (14). No automobilismo, são sete os condecorados, sendo cinco representantes da Fórmula 1: os ex-pilotos Stirling Moss, rival de Fangio e considerado o melhor piloto a nunca ser campeão do mundo; Jack Brabham, tricampeão e o único a vencer também como construtor na categoria; Jackie Stewart, tricampeão; e Frank Williams e Patrick Head, que lideraram a conquista de 9 títulos de construtores na equipe Williams.

Outro prêmio importante no Reino Unido é o de Personalidade Esportiva do Ano, com votação popular. Lewis Hamilton ganhou o prêmio apenas em 2014, enquanto dois pilotos que venceram apenas uma vez o mundial, Damon Hill e Nigel Mansell, conquistaram o primeiro lugar em duas oportunidades. O tenista Andy Murray levou o prêmio em três oportunidades, e ciclistas têm sido bastante votados nos últimos anos. Para 2019, o grande favorito é o jogador de críquete Ben Stokes, uma vez que, pela primeira vez na história, a Inglaterra foi campeã no Mundial da modalidade.

Fórmula 1