Hamilton na Ferrari? Incerteza da Mercedes e de Wolff explica especulação
A temporada 2019 da Fórmula 1 terminou no último final de semana com a 11ª vitória de Lewis Hamilton no ano, chegando a 84 na carreira. Dono ainda de seis títulos mundiais, sendo cinco nos últimos seis anos, o inglês tem renovado seus acordos de dois em dois anos com a Mercedes, sem negociar com outras equipes. Mas o cenário agora parece ser diferente: Hamilton não negou ter se reunido por duas vezes com o presidente da Ferrari, John Elkann, e o chefe da Scuderia, Mattia Binotto, confirmou que o time teria interesse em contratar o piloto, que faz 35 anos mês que vem.
"Lewis é certamente um excelente piloto, fantástico. Saber do fato de que estará à disposição em 2021 só nos deixa feliz, mas honestamente é muito cedo para qualquer decisão, então estamos felizes com os pilotos que temos no momento e certamente em determinado momento começaremos a discutir e entender o que fazer", disse Binotto.
Mas tudo indica que o fiel da balança será o chefe atual - e pelos últimos sete anos - de Hamilton. Assim como ocorre com o piloto, Toto Wolff também tem contrato com a Mercedes até o final de 2020, quando tem, ainda, opção de vender os 30% que possui da equipe. E o austríaco, que é cogitado para diversas vagas, desde o lugar de CEO da F-1 (uma vez que o atual, Chase Carey, de 66, está perto da aposentadoria) até a chefia da própria Ferrari.
Em entrevista ao UOL Esporte no início de 2018, Wolff já apontava que "talvez quando Lewis parar, será a hora de eu sair da F-1 também" e manteve tom semelhante quando perguntado sobre seu futuro e o do inglês, com quem foi hexacampeão de equipes e penta de pilotos, no último final de semana.
"Lewis e eu nos tornamos muito próximos ao longo dos últimos sete anos. Entramos juntos na Mercedes em 2013 e acredito que construímos muita confiança um no outro. Acho legal que ele diga isso e também gostaria de saber o que ele vai fazer. E estamos falando sobre o futuro e acho que isso é muito importante entre nós dois e para vários outros que tiveram um papel importante na equipe."
A relação com Wolff é importante para Hamilton porque foi junto do austríaco que ele começou a se aventurar fora do automobilismo. Seus contratos foram cada vez mais dando-lhe liberdade para ele atuar em outras áreas, como na moda, onde é designer da Tommy Hilfiger. Em troca, Hamilton atraiu a marca para a própria equipe Mercedes. Trata-se de uma relação ímpar na categoria.
Mas por que ambos poderiam estar de saída da Mercedes? A companhia já divulgou que está avaliando se a Fórmula 1 segue relevante para seu negócio, uma vez que a revolução que era esperada nas regras de 2021 não foi tão grande como se esperava. Paralelamente a isso, foi adotado um teto orçamentário que vai obrigar equipes como a Mercedes a enxugarem sua organização, o que pode trazer efeitos diretos na pista, e a montadora recentemente montou um time na Fórmula E, categoria de carros 100% elétricos. Na Fórmula 1, usa-se um motor híbrido e isso não vai mudar em 2021.
É por conta disso que Hamilton já disse que primeiro quer conversar com o board da Mercedes para depois decidir seu futuro. E com Wolff, também. "Por muitos anos, eu não considerei outras opções porque achava que estávamos indo num caminho bom. Ainda acho que temos coisas adiante mas não faz mal [ver as opções]? sei que Toto está estudando suas opções em termos de futuro e só ele pode saber o que é melhor para ele e sua família. Amo estar onde estou, então é melhor eu pensar no que eu quero, se este é o último período da minha carreira."
Antes de pensar em renovar com Wolff ou Hamilton, a Mercedes ainda precisa assinar seu contrato com a Fórmula 1 para participar da temporada 2021 em diante. Depois das longas negociações para definir as regras, o entrave agora é determinar como o dinheiro dos direitos comerciais será divididos entre os times.
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