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Diretor da McLaren diz que quatro equipes poderiam desaparecer da Fórmula 1

Carro da McLaren para a temporada 2021 paralisada por tempo indeterminado devido ao coronavírus  - HAMAD I MOHAMMED
Carro da McLaren para a temporada 2021 paralisada por tempo indeterminado devido ao coronavírus Imagem: HAMAD I MOHAMMED

Do UOL, em São Paulo

06/04/2020 16h52

O diretor-executivo da McLaren, Zak Brown, em entrevista à BBC, disse que quatro equipes da Fórmula 1 poderiam desaparecer pelas dificuldades causadas a categoria pela paralisação causada pela pandemia de coronavírus. A maior parte do financiamento das escuderias vem dos prêmios dados pela F1 no fim da temporada, que podem ficar prejudicados pela reorganização do calendário.

"Poderiam desaparecer quatro equipes se não manejar a temporada de maneira correta", disse o diretor, deixando claro as complicações das equipes menores enfrentarão para se manterem na categoria.

Ainda comentou sobre novos investimentos para a formação de outras equipes nas vagas deixadas caso houvesse alguma falência confirmada.

"Devido ao tempo que se leva para se fazer crescer uma equipe de F1, e dada a crise econômica e da saúde em que nos encontramos neste momento, pensar que haveria candidatos fazendo fila para assumir as vagas das equipes falidas como tem acontecido historicamente... Não creio que o momento possa ser pior deste ponto de vista. Assim creio que a F1 está em um estado muito frágil neste momento."

Hoje os chefes de equipe se reuniram em teleconferência para debater o teto orçamentário que entrará em vigor a partir de 2021, o próximo passo para reduzir os custos das equipes. O teto será implantado a partir do ano que vem para garantir igualdade de recursos entre todas as equipes. Em princípio o valor acordado estaria na casa dos US$ 175 milhões (R$ 927 milhões).

Se trata de uma redução substancial, se for levado em conta que em 2019, Mercedes, Ferrari e Red Bull tenham gastado, em média, US$ 450 milhões (R$ 2,3 bilhões), muito além do que equipe menores como Racing Point, Toro Rosso, Williams e Haas, que não chegaram a US$ 150 milhões (R$ 794 milhões) no melhor dos casos.

Porém, o teto só afetará a criação e construção dos carros, deixando de fora o salário dos pilotos, os outros três maiores salários das equipes e outros fatores não revelados. Assim, as equipes grandes poderão ainda ter os melhores pilotos, os melhores engenheiros e a melhor estrutura.

Com essa difícil situação, está sendo proposto a redução de US$ 175 milhões para US$ 150 milhões, ainda existindo propostas para chegar aos US$ 100 milhões. Algumas equipes estão a favor da situação, incluindo a atual campeã de construtores, Mercedes. Porém, ainda Ferrari e Red Bull resistem a proposta, sendo que é essencial que a escuderia italiana aprove, pois é a única que tem direito ao veto.

"Todos têm US$150 milhões hoje como proposta, e a grande maioria, incluindo uma das grandes equipes, dispostos a aceitar propostas abaixo disso", disse Brown.

Porém este teto salarial poderia ficar apenas para 2022 ou 2023, já que devido a paralisação da competição pela covid-19, as equipes terão agora que se salvar e conseguir criar um carro completamente novo para se adequar as regras de 2022.

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