Red Bull e Renault unem forças para produção de respiradores no Reino Unido
As equipes de Fórmula 1 Red Bull e Renault se uniram no "Projeto Pitlane", que visa fabricar respiradores para o Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS na sigla em inglês). Segundo o chefe de equipe da Red Bull, Christian Horner, o trabalho conjunto será realizado na fábrica da escuderia em Milton Keynes, na Inglaterra.
"Acho que isso diz muito sobre a Fórmula 1. Conversamos com o governo no início da crise e logo nos coordenamos com outras equipes. Foi reservado para nós uma parte do projeto e entramos em parceria com a Renault. Fiquei surpreso ao ver os voluntários trabalhando 24 horas por dia e sete dias por semana para apoiar o projeto. Tivemos a colaboração de pessoas como o nosso chefe de design, Rob Marshall. Creio que ele fez três turnos noturnos consecutivos e fez um esforço incrível para transformar um projeto rudimentar em um respirador completamente funcional e evoluído."
A Renault foi fornecedora de motores da Red Bull até 2018 e a parceria não teve um bom relacionamento devido às constantes reclamações da equipe austríaca pela falta de performance e potência dos motores franceses. O acordo acabou de forma tumultuada, com o diretor Cyril Abiteboul dizendo que não sentiria falta das reclamações do antigo parceiro. Porém, segundo Horner, todas as divergências foram deixadas de lado na luta contra a covid-19.
"Neste momento, o espírito competitivo é deixado de lado e todos se concentram em buscar soluções assim que tivemos os funcionários da Renault trabalhando em nossas fábricas, com seus uniformes, em nossa zona de trabalho, algo impensável em condições normais. O assessor técnico da Renault, Bob Bell, trabalhou junto com Rob Marshall, encontrando soluções que surpreenderam a indústria. Com a velocidade que a Fórmula 1 atua, os ajustes [necessários] foram identificados e mecanizados em apenas uma noite e já estavam em funcionamento na manhã seguinte. O que normalmente demoraria três anos foi feito em três semanas e meia."
No entanto, os respiradores desenvolvidos não puderam entrar na fase de produção por não serem efetivos nos casos de covid-19, segundo avaliação da Agência Reguladora dos Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA, na sigla em inglês). Agora, os engenheiros trabalham para adequar o projeto às exigências do órgão.
Segundo Horner, a decisão não causou grande insatisfação entre os envolvidos, já que isso demonstra que o sistema de saúde não necessita dos equipamentos com urgência. O dirigente também disse que o resultado obtido pelo trabalho em equipe mostra a efetividade da Fórmula 1 em resolver questões em um curto espaço de tempo.
"Houve um certo desapontamento quando não entramos em fase de produção, pois estávamos prontos para isso. Mas se parar para pensar sobre o caso, é relativamente positivo que não houvesse a necessidade, porque significa que o Serviço Nacional de Saúde (NHS) não necessitava dos respiradores com urgência", explicou Horner.
"Creio que tudo isso serve para destacar a engenhosidade da Fórmula 1 e sua habilidade para resolver problemas. Criar rapidamente protótipos, encontrar soluções e a atitude positiva da filosofia de nunca se render. Creio que isso ressaltou todos os aspectos positivos sobre a categoria e [mostrou que] alguns dos engenheiros mais brilhantes e inteligentes do país trabalham na Fórmula 1", disse.
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