Com pedidos especiais, brasileiro fez capacete antirracista de Hamilton
O perfil combativo e de luta de Lewis Hamilton, especialmente sobre a causa antirracista, se transformou em inspiração para a confecção do capacete usado neste fim de semana de abertura da temporada de Fórmula 1 (e provavelmente por toda a temporada), na Áustria. Partiu do próprio hexacampeão os detalhes importantes para transformar a peça e mais um ícone dos protestos na categoria.
Lewis Hamilton fez questão de carregar a mensagem "vidas negras importam', o punho cerrado, símbolo dos Panteras Negras, e mudar a mensagem que carrega no capacete e tem tatuada na pele. A peça preta, com detalhes em roxo e manifestações antirracistas, tem a assinatura do artista brasileiro Raí Caldato.
Ao invés de "Ainda assim me levanto", o britânico quis levar para as pistas a mensagem "Ainda assim nos levantamos" - a original é o título do famoso poema da ativista negra Maya Angelou, morta em 2014. Reforçar a questão do combate ao preconceito racial foi obra de Lewis Hamilton, contou Caldato ao UOL Esporte.
"No olhar do tigre, que é um símbolo dele, Lewis pediu para trocar pelo punho e o Black Lives Matter. Na parte traseira, pediu para trocar o Still I Rise por Still We Rise, ainda com um pedido específico para aumentar o we [nós]. Essa iniciativa foi toda do Lewis. Quando fizemos o capacete, não imaginávamos que a Mercedes pudesse fazer o carro preto depois", contou.
Lewis Hamilton se apegou aos detalhes, mas a ideia inicial do capacete preto partiu do próprio Rai ao observar uma movimentação nas redes sociais no começo do mês de junho.
Os atos antirracistas, despertados após o assassinato de George Floyd nos Estados Unidos, fez o designer imaginar uma nova parceria com o britânico, que usou capacete do brasileiro em Interlagos no ano passado.
"Quando o Lewis começou a se mobilizar, começou a vir o layout preto na minha cabeça. Nesta quarentena, tinha tido pouco contato com pessoal dele. Mas, no dia 3, um dos assessores dele, o Daniel Forrest, postou uma tela preta com a mensagem #blackouttuesday. Eu dei 'repost' na tela e pensei 'por que não fazer a mesma postagem em um capacete?'", comentou.
"Dois dias depois, o pessoal pediu um capacete com layout preto e fiz algumas opções para chegarmos nesta versão final bem escura, com um roxo bem discreto, para o capacete ter um aspecto bem escuro. Mandei o layout com as linhas de contorno roxo, degradê do roxo para o preto, e ele aprovou", acrescentou.
Segundo o artista brasileiro, o processo entre início do projeto, discussão com a equipe de Hamilton e finalização durou apenas uma semana. A rapidez e o toque do britânico para produzir a peça contrastam com o desejo de Rai, que prevê sucesso na mensagem do capacete.
"Provavelmente deve ficar preto até o fim da temporada, tomara", encerrou o artista, satisfeito de ver a ação reforçada pela própria equipe Mercedes, que pintou os carros de preto para reforçar o combate ao racismo na categoria máxima do automobilismo.
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