Renault protesta por Racing Point supostamente copiar carros da Mercedes
A Renault encaminhou uma reclamação formal aos comissários da Fórmula 1 pelos carros da Racing Point serem muito semelhantes ao modelo do ano passado da Mercedes, equipe que domina a categoria há algumas temporadas. O protesto foi feito neste domingo, depois do GP da Estíria, a segunda corrida seguida realizada na Áustria, e pode levar a uma mudança no resultado final da prova.
A FIA aceitou o protesto e ordenou a Mercedes a apresentar o projeto dos dutos de ar dos freios dianteiro e traseiro do carro de 2019 para comparar com o projeto da Racing Point deste ano. E o passo seguinte é a definição da data para uma audiência sobre o caso.
A controvérsia com a Racing Point existe desde o lançamento dos carros e a equipe é acusada de ter copiado as soluções da Mercedes. O protesto formal da Renault menciona o artigo 1, apêndice 6, que se refere à necessidade de um competidor usar apenas peças desenhadas por ele mesmo.
Também foi incluído na manifestação o item 2a do mesmo apêndice 6 do regulamento esportivo, que diz que cada construtor deve ter o direito exclusivo de usar as peças. Ou seja, a Renault reclama que não pode haver cópia na categoria e que a Racing Point não tem propriedade intelectual sobre de peças de seu próprio carro.
Outra regra do regulamento citada é o item 2c, referente a peças que não são desenhadas pela equipe, ou seja, que não são de sua propriedade intelectual. A regra diz que se a peça for de um fornecedor, ele não pode ser um competidor da Fórmula 1. A organização da categoria informou que recebeu a reclamação formal.
"Nós confirmamos que a equipe Renault encaminhou uma reclamação aos comissários por esclarecimentos da legalidade da equipe Racing Point. Nós não vamos comentar o assunto até os comissários chegarem a uma decisão".
Na corrida deste domingo, os pilotos da Racing Point ficaram a frente dos carros da Renault. Sergio Pérez terminou na 6ª colocação e Lance Stroll foi o sétimo. Daniel Ricciardo chegou na melhor posição pela Renault ao cruzar a linha de chegada no 8º lugar e Esteban Ocon abandonou.
A equipe se defende dizendo que tudo o que é semelhante entre seu carro e a Mercedes de 2019 está dentro das regras. Há anos, o time compra peças, como a caixa de câmbio e a unidade de potência, do time alemão, mas buscava inspiração mais na Red Bull do ponto de vista aerodinâmico. Mas, a partir do começo do ano passado, eles passaram a usar o túnel de vento da Mercedes e decidiram mudar o conceito do carro, tornando-o mais semelhante ao dos hexacampeões. A questão do protesto é entender se o que a Racing Point fez foi inspirar-se no que eles viram na pista ou se eles usaram dados da Mercedes, ou seja, sua propriedade intelectual, para chegar em um desenho tão parecido.
Na classificação do campeonato de construtores, a Racing Point aparece em quarto lugar com 22 pontos. A Renault é a 6ª colocada com 8 pontos. Confira a classificação completa clicando aqui. Se a FIA aceitar as justificativas da Renault e considerar o carro da Racing Point ilegal, isso não só muda o resultado do GP da Estíria como também obrigaria o time de Perez e Stroll a mudar seu projeto.
O GP da Estíria teve Lewis Hamilton como vencedor. Atrás dele, apareceu o companheiro de Mercedes Valtteri Bottas com Max Verstappen, da Red Bull, fechando o pódio. A corrida teve como fator marcante Charles Leclerc batendo no companheiro Sebastian Vettel na primeira curva e os dois carros da Ferrari abandonando a prova.
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