Grosjean revela pensamento assustador em acidente: 'Estou em paz, morto'
Romain Grosjean revelou um pensamento que teve logo após o acidente no GP do Bahrein de Fórmula 1, no último fim de semana. Ele contou que estava em paz ao imaginar que iria morrer. O carro do piloto da Haas pegou fogo após uma batida no início da prova, e o francês ficou no carro em chamas por alguns segundos.
"Imediatamente, quando o movimento parou e eu abri os olhos, a primeira coisa que fiz foi soltar o cinto de segurança, tentar tirar o volante, que havia sumido. Pelo menos, foi uma preocupação a menos. E, depois, tentar pular", disse à Sky Sports.
"Olhei para a direita, olhei para a esquerda e estava tudo laranja. Isso é estranho, pensei. Algumas coisas [vieram à minha cabeça]. É o pôr do sol? Não. É a luz do circuito? Não. Então, percebi que era fogo."
Ele contou que pensou estar de cabeça para baixo, porque não conseguia sair do carro. "Pensei em Niki Lauda [que sofreu queimaduras após ficar preso no carro em chamas em 1976], o piloto que mais amo na história da Fórmula 1. Eu disse: não posso terminar como Niki, não posso terminar assim. Não pode ser minha última corrida", afirmou, antes de contar a "parte mais assustadora" do acidente.
"Tentei de novo e estou preso. E aí vem a parte que é mais assustadora. Me sento de novo, todos os meus músculos relaxam e eu estava quase em paz comigo mesmo, pensando, estou morto. Eu vou morrer. E então eu pensei: qual parte vai queimar primeiro? É o pé? São as mãos? Vai doer? Uma sensação muito, muito estranha."
Grosjean falou que viu a morte de perto, mas que conseguiu reagir ao pensar nos seus três filhos. "Desta vez, a morte para mim estava aqui [bem na frente de seu rosto]. Eu a chamei de Benoit, não me pergunte por quê. Eu só tinha que colocar um nome nela. E então, eu não sei se aquele momento me permitiu recuperar um pouco, mas pensei nos meus filhos e disse não. Pelos meus filhos, não posso morrer hoje", declarou.
O francês ainda disse que começou a se mexer e conseguiu sair do carro com o corpo de lado. Porém, o pé esquerdo dele ficou preso nos pedais. O piloto da Haas, então, forçou e conseguiu tirar o pé da sapatilha. Já as luvas mudaram de cor por conta das chamas.
"Eu sabia que estava com as mãos no fogo, vi minhas luvas, que normalmente são vermelhas e começaram a ficar totalmente pretas, e eu posso sentir a dor e a queimadura. Mas vou subir."
"Eu pulo na barreira, então sinto Ian [Roberts, delegado médico da FIA] que puxa meu macacão e isso é uma sensação extraordinária. Quando ele me puxa, é como se houvesse alguém comigo. Estou vivo", finalizou.
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