A reação de torcedores brasileiros à chegada dos pilotos para o GP de São Paulo da Fórmula 1 os surpreendeu pelo tratamento de pop stars a eles dado, na volta do Brasil ao calendário depois da ausência no ano passado devido à pandemia e o fenômeno também tem a ver com a mudança no perfil do público da categoria que não tem um piloto fixo do país desde 2017.
No UOL News Esporte, Fábio Seixas explica que a categoria passa por uma transição, com a chegada de uma nova geração de fãs, também motivada por ações como a série Drive to Survive, a tentativa de tornar a Fórmula 1 mais acessível por parte da Liberty, além do perfil dos próprios pilotos.
"De certa forma, é chocante para os pilotos, porque eles chegam ao Brasil, não tivemos corrida no ano passado por causa da pandemia, e eles encontraram no Brasil uma onda de fãs, uma nova legião de fãs que não existia quando a Fórmula 1 correu por aqui pela última vez, em 2019. É muito claro que está acontecendo uma troca de guarda, uma troca de gerações entre os fãs da Fórmula 1", diz Seixas.
"Há vários motivos para isso, entre eles, a série da Netflix, Drive to Survive, que já vai para a terceira temporada e que mostra os bastidores dos pilotos, humaniza os pilotos, traz o lado dos pilotos sem capacete, o lado de fora da pista na vida desses pilotos. Tem muito a ver também com o perfil desses pilotos, hoje a gente tem garotos jovens ali como Lando Norris, como Charles Leclerc, outros nem tanto, como o Daniel Ricciardo, mas são caras que trabalham muito bem nas redes sociais, que estão sempre por ali, durante a pandemia o Lando Norris com canal na Twitch, jogando games de automobilismo", completa.
O jornalista cita uma pesquisa recente que mostrou o crescimento não apenas do público jovem, mas também do público feminino que acompanha a Fórmula 1, com o reflexo sentido pelos pilotos logo na chegada ao aeroporto no Brasil, na recepção principalmente das fãs da categoria.
"A Fórmula 1, que por muito tempo tinha o nariz em pé e se orgulhava de ser uma categoria exclusivista, um clubinho fechado para poucos, hoje a Fórmula 1 quer justamente o contrário. A Fórmula 1 anos atrás não só não estava nas redes sociais, como ela combatia as redes sociais, se você colocasse um vídeo, uma foto, alguma coisa assim, a Fórmula 1 ia em cima de você e hoje ela é muito ativa nas redes sociais, faz um trabalho incrível, então isso é muito legal", diz Seixas.
"Foi feita uma pesquisa com 167 mil torcedores em 187 países, o resultado foi publicado duas semanas atrás, quase 20% dos que responderam são mulheres, o que já muda bastante o perfil e muda quanto? É um aumento de 83% em relação à última pesquisa que a Fórmula 1 havia feito em 2017. Hoje a gente tem muito mais meninas acompanhando a Fórmula 1, garotos jovens acompanhando a Fórmula 1 do que a gente tinha anos atrás e a Fórmula 1 está descobrindo isso agora ao chegar em São Paulo para a disputa dessa corrida no final de semana", conclui.
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