Governo americano fecha cerco contra NFL por uso abusivo de analgésicos
O uso indiscriminado de analgésicos entre jogadores de futebol americano rompeu as barreiras da medicina esportiva e chamou a atenção do governo americano. A DEA, órgão que controla e combate o uso de drogas no Estados Unidos, está realizando investigação para determinar se há abuso nas equipes da NFL quanto à administração de medicação. Os efeitos colaterais apontados previamente podem complicar a vida dos jogadores fora dos gramados.
De acordo com o jornal New York Times, investigadores visitaram os vestiários de alguns clubes na rodada realizada no final de semana e interrogaram as equipes médicas - o staff do Tampa Bay Buccaneers chegou a ser abordado no aeroporto em Maryland, na volta para casa depois da partida contra o Washington Redskins. Um porta-voz da NFL afirmou que as franquias estão colaborando com as investigações e que não há indícios de irregularidades.
Há suspeita, no entanto, de que remédios com efeito analgésicos sejam utilizados de forma não controlada pelas equipes como forma de melhorar o desempenho dos atletas. Em um esporte de muito contato físico, os analgésicos ajudariam a evitar a sensação de lesão: fariam com que os jogadores não percebessem, por exemplo, a ocorrência de uma concussão, resultado de pancadas na cabeça, muito comuns no futebol americano e que causam grande preocupação.
Em 2011, um grupo de ex-jogadores chegou a processar a NFL por encorajar e permitir o uso de analgésicos de forma indiscriminada. Eles teriam sido orientados até a consumi-los com álcool e outros remédios. Entre as consequências estão quadros de ansiedade, depressão, perda de memória curta, dores de cabeça recorrentes, problemas para dormir e tontura. O processo não foi julgado ainda, embora a NFL já faça lobby para que não seja levado adiante.
Segundo o New York Times, a preocupação do governo americano em relação a esse tipo de medicação é o aumento dos casos de vício nos últimos anos. "Nosso papel é reforçar a lei, e nós temos autoridade regulatória para nos certificar de que qualquer um que tenha uma licença opere dentro da lei", disse um porta-voz da DEA, em relação à investigação.
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