Estudo aponta alta incidência de doença degenerativa em ex-atletas da NFL
Um estudo da Boston University School of Medicine e o VA Boston Healthcare System divulgado nesta terça-feira (25) mostrou que a prática do futebol americano em alto nível tem relação direta com encefalopatia traumática crônica (ETC), doença degenerativa que afeta o cérebro e é causada por golpes repetidos na cabeça.
A pesquisa examinou 202 cérebros de homens que praticaram futebol americano em diferentes níveis e foram doados para estudos. Um total de 177 deles, correspondente a 87%, foram identificados com a ETC.
O número é elevado por si só, mas em se tratando dos cérebros de ex-jogadores da NFL, maior liga de futebol americano do mundo, o porcentual da doença é ainda maior. 111 cérebros de ex-atletas da NFL foram estudados e somente um deles não apresentou sinais da ETC.
Ann McKee, uma das pesquisadoras creditada pelo diagnóstico de casos famosos de ETC, alertou que o estudo não representa uma amostragem real sobre todos os atletas que praticam o esporte, visto que os cérebros foram doados em sua maioria por famílias de ex-atletas que tinham sintomas da doença.
Ainda assim, ela alerta para o número elevado em um curto período de tempo. “O fato que obtivemos esse alto número de casos em um período curto de tempo diz que essa doença não é incomum. Na realidade, acho que é muito mais comum do que pensamos. E, mais importante, esse é um problema no futebol americano que precisamos cuidar agora a fim de trazer esperança e otimismo aos jogadores”, declarou McKee.
Criticada e acusada de negligência sobre os problemas de saúde de seus ex-jogadores, a NFL doou US$ 100 milhões a pesquisas relacionadas a concussões em setembro do último ano, sendo US$ 60 para melhorias na tecnologia de capacetes e US$ 40 milhões para estudos médicos.
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