Noiva de condenado por homicídio processa NFL por esconder doença cerebral
Quando o ex-jogador Aaron Hernandez cometeu suicídio em abril deste ano, acreditava-se que as motivações giravam apenas em torno de sua condenação para prisão perpétua pelo homicídio do amigo Odin Lloyd. No entanto, a família do ex-atleta de futebol americano agora processa a NFL e o New England Patriots sob a alegação de que ele sofria do estágio 3/4 da doença degenerativa Encefalopatia Traumática Crônica (ETC).
A justificativa para o processo de Shayanna Jenkins-Hernandez, movido também em nome da pequena filha que ela teve com Aaron, é de que tanto a liga quanto o time da divisão AFC Leste teriam omitido informações sobre a doença. O problema foi constatado em testes conduzidos no cérebro do ex-tight end pela médica Ann McKee, diretora do Centro de ETC da Boston University, para a qual o órgão foi doado para estudos. A doutora afirma que nunca viu um caso tão grave em alguém com a idade dele, 27.
Segundo o estudo usado na argumentação da ex-noiva, tanto a NFL quanto o Patriots “tinham total conhecimento sobre estes danos cerebrais, causados por repetitivos impactos, e falharam ao tratá-lo ou protegê-lo destas lesões”, que já acometeram mais de 100 ex-atletas da principal liga de futebol americano do mundo. Alguns jogadores de futebol também já foram diagnosticados com a doença ETC, como Bellini, o zagueiro-capitão do Brasil na Copa de 1958.
Além disso, o texto lido pelo advogado Jose Baez, em coletiva à imprensa, afirma que existem vínculos comprovados entre pessoas com ETC e eventuais impulsos suicidas. Aaron tirou a própria vida em sua cela no Centro de Detenção Souza Baranowski, no estado de Massachusetts, no dia 19 de abril deste ano. Os agentes penitenciários o encontraram enforcado pelo lençol da cama.
Aos 27 anos, o ex-jogador cumpria prisão perpétua, sem direito a recurso, pelo assassinato de seu amigo e também atleta Odin Lloyd, encontrado em uma fábrica abandonada após ser alvejado com seis tiros, e por outras cinco acusações relacionadas ao uso irregular de armas de fogo.
Ainda antes disso, o então astro já havia se envolvido em um caso de duplo homicídio na saída de uma boate em Boston, no qual foi considerado suspeito de ter matado duas pessoas e de ter baleado o próprio amigo, Alexander Bradley, para que não expusesse a ocorrência à polícia.
Entretanto, Aaron foi inocentado quando mensagens no celular de Bradley comprovavam que ele não tinha certeza sobre o envolvimento do tight end, de modo que não podia atuar como testemunha.
Antes de qualquer acusação, Hernandez foi draftado em 2010 pelo New England Patriots, onde teve o segundo maior contrato da NFL para sua posição e formou uma dupla de sucesso com Rob Gronkowski.
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