Intervalo do Super Bowl deixa polêmica de lado e aposta em show protocolar
O show do intervalo do Super Bowl 53 gerou muita expectativa. Mas quem se ligou na partida deste domingo (3) entre New England Patriots e Los Angeles Rams no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, acabou se deparando com uma apresentação que manteve uma linha protocolar, trocando as possíveis polêmicas por uma apresentação em tom de trégua.
Principal nome escalado para o espetáculo, o Maroon 5 abriu o show com os sucessos Harder to breathe e This love. Após as duas músicas, uma animação com o personagem Bob Esponja apresentou os rappers Travis Scott e Big Boi. A presença do desenho animado era um desejo dos fãs, que chegaram a fazer um abaixo-assinado para que ele fosse homenageado no jogo. Travis empolgou o público em Atlanta com Sweet victory e Sicko Mode.
No Twitter, Bob Esponja agradeceu pelo convite para o show.
O Maroon 5 voltou logo em seguida, tocando Girls like you (acompanhando de um coral) e She will be loved. Os rappers voltaram, e com eles chegou uma versão de The Way You Move, sucesso do duo OutKast - justamente do qual Big Boi faz parte. Na volta da banda californiana, o público pôde curtir os sucessos Sugar e Moves like Jagger.
No fim, as atrações se despediram do palco sem uma manifestação política. Esperava-se uma ajoelhada, que não veio. Em campo, os Patriots venciam os Rams por 3 a 0.
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Retrospecto polêmico
Nos últimos meses, as apresentações musicais foram motivo de polêmica na decisão da temporada 2018 da NFL. Em outubro, a revista US Weekly publicou que Rihanna foi convidada para se apresentar no intervalo do jogo, mas recusou o convite em apoio ao quarterback Colin Kaepernick, que defendeu o San Francisco 49ers entre 2011 e 2016 e está sem time desde que se ajoelhou em campo durante a execução do hino nacional dos Estados Unidos, em protesto referente a questões raciais no país. Posteriormente, o gesto foi repetido por outros esportistas.
"A NFL e a CBS (rede de TV que transmite o jogo de 2019 nos EUA) queriam muito que Rihanna fizesse o espetáculo do ano que vem em Atlanta", afirmou na ocasião uma fonte, mantida em anonimato pela revista. "Eles fizeram a oferta a ela, mas ela disse que não por causa da controvérsia da ajoelhada".
O Maroon 5 acabou sendo a banda escalada para o show do intervalo, ao lado de Travis Scott e Big Boi. No entanto, a seleção de uma banda californiana majoritariamente branca ainda causou alguma polêmica, uma vez que a cidade de Atlanta, escolhida como palco da final, é considerada um templo da música negra nos EUA.
Em janeiro, Gladys Knight foi anunciada como escolhida para cantar o hino norte-americano antes do jogo. Por se tratar de um dos grandes nomes da soul music, a escolha de Gladys ajudou a apaziguar a questão. "Estou orgulhosa de usar minha voz para unificar e representar nosso país em minha cidade natal de Atlanta", disse a cantora de 74 anos, em comunicado divulgado à época pela NFL.
Só que a questão ainda não estava encerrada. Na última quinta-feira (31), o músico Roger Waters, ex-baixista da banda Pink Floyd, publicou um texto nas redes sociais para pedir que Maroon 5, Travis Scott e Big Boi também se ajoelhassem no palco durante o intervalo de New England Patriots x Los Angeles Rams. "Peço que o façam em solidariedade a Colin Kaepernick, a cada criança morta nestas ruas violentas, a cada pai ou mãe ou irmão ou irmã em luto", escreveu.
No entanto, em uma apresentação longe de polêmicas, o gesto esperado por Waters não veio. Pelo contrário: de acordo com o canal E!, a NFL, com Travis Scott e o Maroon 5, ainda doou US$ 500 mil a instituições de caridade antes do jogo. A doação foi uma exigência de Scott, que afirmou que só se apresentaria se a liga se unisse a ele na iniciativa. O rapper e a banda também fizeram doações do mesmo valor.
Após a apresentação, o vocalista do Maroon 5, Adam Levine, publicou uma mensagem em sua conta no Instagram. E diante do cenário estabelecido pela polêmicas, agradeceu.
"Quando nós aceitamos a responsabilidade de nos apresentarmos no show do intervalo do Super Bowl, peguei minha caneta e apenas escrevi. Algumas das palavras que vieram a mim naquele momento eventualmente apareceram nas luzes incríveis que voaram para cima e para baixo hoje à noite. Gostaríamos de agradecer ao universo por esta oportunidade histórica de tocarmos no maior palco do mundo. Agradecemos a nossos fãs por tornarem possíveis nossos sonhos. E agradecemos a nossos críticos, por sempre nos incentivarem a fazermos nosso melhor?, publicou Levine.
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